O anúncio de um aumento de quase 100% no valor da tarifa extra de energia elétrica – já está em vigor com a chamada Bandeira Vermelha Fase 2 – vai elevar de R$ 6,24 para cerca de R$ 12,00 a cada 100 quilowatts-hora consumidos, segundo o Estadão.
Como este aumento de perto de 100% na bandeira sobretarifária, o resultado será um aumento proporcional de mais de 10% nas contas de energia da maioria dos consumidores e até mais nos que fazem uso intensivo de eletricidade.
Na reportagem, André Braz, coordenador de índices de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que “esse efeito, sozinho, geraria um impacto de 0,4 ponto porcentual na inflação em julho”, pelo IPCA, enquanto no índice de inflação das famílias de baixa renda, medida pelo INPC, o impacto seria até maior – superior a 0,5 ponto, afirma Braz.
Mas há, é claro, o “efeito cascata” sobre serviços e produtos eu tenham forte consumo de eletricidade.
A única dúvida não é mais se chegaremos perto dos 10% de inflação acumulada em um ano, mas se isso chegará em agosto ou já no índice de julho.
A ida do almirante Bento Albuquerque, ministro das Minas e Energia, à televisão ontem à noite, para pedir economia de energia e negar a possibilidade de racionamento num momento de baixíssima popularidade do governo, é sinal de que o panorama é sombrio o suficiente para não ser seguro manter-se no otimismo do “não haverá racionamento”. Pode não haver, mas a baixa dos reservatórios que, nominalmente, cessa em novembro, continua no período chuvoso que encontra as represas com o fundo à mostra.