Na pesquisa Ibope fechada à véspera da eleição, Bruno Covas vencia Guilherme Boulos por 53% a 26%.
No levantamento do mesmo instituto fechado hoje, a vantagem cai para 47% a 35%.
A diferença, em menos de uma semana, encolheu 15 pontos: de 27 para 12%.
E esta diferença de 12% pode ser traduzida assim: se entre 100 paulistanos seis eleitores de Covas deixarem de votar no candidato de João Doria e votarem no candidato do PSOL (e agora de todo o campo progressista) a eleição estaria empatada.
Sexta-feira começa a campanha televisiva, da qual Boulos esteve virtualmente fora até este momento.
Que ele tende a ir bem, como demonstrou nos 17 segundos de que dispunha, parece ser algo certo.
Mas, e Bruno Covas?
Reitero a impressão à qual me referi desde que assisti o debate da CNN – a agressividade que lhe definiram como estratégia de enfrentamento. Não é preciso ser marqueteiro para saber que, em campanhas políticas, ao contrário do futebol, a pior defesa é o ataque.
Estratégia acrescida, agora, de algo que ele evitou no momento mais forte da pandemia: o negacionismo da doença, afirmando que a pandemia não está “evoluindo na cidade, mesmo com aumento do número de internações em hospitais particulares” e que isso seria produto de pessoas que vêm de outras regiões para obter tratamento.
Veremos, não se tenha dúvida, um favorito amedrontado e um desafiante empolgado.
Covas tem tudo a perder e Boulos só tem a ganhar.
PS. A primeira pesquisa no Recife com liderança folgada de Marília Arraes, segunda colocada no 1° turno, com 45% sobre João Campos, que teria 39% não é surpresa, depois que ela, no primeiro turno, ficou muito acima do que lhe davam as pesquisas. Como não supreende a tunda que leva Marcelo Crivella no Rio, ficando com 23% das intenções de voto, contra 53% de Eduardo Paes. Esta diferença vai aumenta, porque Crivella não soma nada ao que teve no primeiro turno com a máquina da Prefeitura e da Igreja Universal. Em ambos, só tem a perder quando ficar claro que ele já se foi.