Índices, em economia, têm o comportamento de dos vasos comunicamos que aprendemos na escola, embora em velocidade, em geral, mais lenta ou sem uma correspondência absoluta.
Portanto, o fato de que o Índice Geral de Preços- Mercado, o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, estar sendo abandonado como indexador das correções do aluguel, por ter chegado a níveis absurdos como os 37% (recorde desde 1995) que acumulou nos últimos 12 meses, não pode esconder o fato de que ele está registrando uma alta de preços que é real e repercute no poder de compra de pessoas e empresas.
A alta do preço do minério de ferro (20% só este mês) vai se refletir no preço do material de construção, eletrodomésticos, automóveis e tudo o mais que leva aço como parte importante de sua composição. Já o aumento do milho (10,5% no mês) além dos produtos alimentícios que o utilizam diretamente, também nos preços para a criação de aves e suínos.
Mesmo com a ligeira queda mensal – ao menos até o meio do mês, porque a coleta de preços foi feita até o dia 20 passado – o Índice de Preços Ao Consumidor, em tese a inflação sentida pelas pessoas físicas, consumidora de bens e serviços finais, continua sua preocupante trajetória de alta. chegando, como se previa, já bem perto de 8% e com pelo menos dois meses de tendência de alta expressiva no acumulado em 12 meses.
Isso, com a retração econômica provocada pela pandemia e com o microauxílio emergencial refreando a demanda.
Portanto, o fato de se ter abandonado o IGP-M como reajusta aluguel – só insistirá nele que não quer manter o inquilino – é o de menos nesta história. Problema é o repasse dos preços no atacado para o varejo, do qual não se tem como fugir.