Há pouco espaço no noticiário dos jornais para a aceleração dos preços, mas ela avança de forma preocupante, em todos os indicadores disponíveis.
As projeções da inflação de julho estão sendo fortemente revisadas para cima.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais prevê alta de 0,93% no IPCA. Os bancos, no Boletim Focus, 0,92%. O IPC-S da Fundação Getúlio Vargas, na semana passada, já tinha se elevado a 0,9%.
Mais grave: todas as previsões anteriores rodavam em torno de 0,7%, o que significa que há uma aceleração nas altas de preço que pode levar o IPCA de julho para 1%, contra 0,36 do mesmo mês em 2020, o que leva a perda acumulada de poder de compra para 8,4% em 12 meses, o índice mais alto desde setembro de 2016.
Pior: vai ficar maior em agosto, porque o aumento de preços ganha o “reforço” do segmento alimentação, que havia desacelerado depois da explosão do início do ano. O Cepea, da USP, que acompanha preços agropecuários lançou ontem um estudo de alerta sobre os efeitos do frio e das geadas sobre o mercado e há um quadro generalizado de elevação dos valores cobrados por carnes, grãos e hortifrutigranjeiros.
Dos combustíveis, de onde poderia vir uma boa notícia com a decisão da Opep de aumentar a produção, bastou uma semana para que o petróleo recuperasse toda a baixa de preço que teve por isso.