A inflação oficial de agosto – bem menor que a do bolso – ficou acima do previsto pelos bancos e atingiu 0,87%, acumulando 9,68% em 12 meses.
O INPC, a inflação dos pobres e da maioria da classe média – até 5 salários mínimos -chegou aos dois dígitos: 10,42%.
Nos alimentos, o aumento foi muito forte, 1,39%, mais que o dobro do aumento do mês passado. O índice de difusão – o quanto os aumentos se espalharam pelos vários itens pesquisados – foi muito alto, 72%, marca só atingida no desastre de dezembro do ano passado.
Importante frisar que estes números, coletados até 31 de agosto, ainda não incluem o brutal aumento das contas de energia, com a tal “bandeira de escassez elétrica”.
Isso faz setembro ser um “mês perdido” para as perspectivas de baixar a inflação acumulada em 2021. Será impossível que a inflação deste mês fique abaixo dos o,64% anotados em setembro de 2020.
Com o aumento da energia e o clima de confronto e insegurança, basta um índice igual ao deste mês para que o IPCA chegue a 10% e o INPC passe com folga dos 11%.
Mas isso não inclui a imponderabilidade em que Jair Bolsonaro coloca as expectativas econômicas e políticas.