Irritação de ‘ciristas’ é inútil: a polarização é fato, não argumento

As redes sociais estão cheias de eleitores de Ciro Gomes revoltados com o humorista Gregório Duvivier, dedicou o seu programa de ontem a estimular o voto em Lula já no primeiro turno.

Irritar-se com isso é o tipo do tiro no pé, porque leva a todos os simpatizantes do ex-governador a questão que Duvivier usa no fecho de seu programa: ““O Brasil precisa garantir a existência da própria democracia. Ciro pode ser o político que vai dar ao Brasil a chance de Bolsonaro ir embora logo no primeiro turno”.

Até Ciro foi mais inteligente e sugeriu a Duvivier um debate, embora tenha escorregado ao, se o humorista não quiser – e não tem a menor obrigação de querer: não é, afinal, candidato a nada – sugerir que vai fazer “reacts” nas redes, uma infantilidade.

Com ou sem humor, com ou sem julgamento político, a questão de que se trata é feita de fatos: tanto Jair Bolsonaro é uma ameaça, e séria, à democracia brasileira quanto a possibilidade real que se tem hoje de derrotá-lo é o voto em Lula.

Tanto é a assim que, como já se disse aqui na semana passada, a adesão a Lula de pessoas, à direita e à esquerda, que não são propriamente “lulistas” vai crescendo todos os dias.

Não está em questão a “zoação” do Greg News com ex-governador do Ceará, algo natural de programas de humor e que Ciro tem todo o direito de esclarecer ou rebater. Certamente não são tão graves, já que Duvivier diz que foi seu eleitor em 2018, no primeiro turno.

Aliás, Ciro deveria tomá-lo como um dos muitos a quem deixou perplexos ao se ausentar da disputa final daquele ano.

E isso, estes anos maldidos provaram, não é piada.

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