Era preciso esperar a argúcia de Janio de Freitas, 60 anos assistindo a cena politica brasileira, para recolher o impacto das pesquisas de intenção de voto publicadas esta semana. E a observação do velho mestre jornalista, é precisa:
Os dados mais eloquentes das pesquisas cabem ao ex-presidente Lula e os mais críticos são de Moro, em inversão da adversidade que o perseguidor impôs ao perseguido no frente-a-frente anterior. O dado mais forte, igual nas duas pesquisas, está nas citações espontâneas, em que o eleitor menciona o preferido sem consultar a lista oferecida. Moro tem aí a preferência de não mais do que 2%. Situação pouco observada e, no entanto, acachapante para alguém tão conhecido (por 88%, no Datafolha) e celebrado pela imprensa e a TV.
Este é o ponto para avaliar o desempenho possível do ex-juiz: ele não é um desconhecido e, portanto, não é alguém que se poderia chamar de uma surpresa eleitoral.
O dado mais forte, igual nas duas pesquisas, está nas citações espontâneas, em que o eleitor menciona o preferido sem consultar a lista oferecida. Moro tem aí a preferência de não mais do que 2%. Situação pouco observada e, no entanto, acachapante para alguém tão conhecido (por 88%, no Datafolha) e celebrado pela imprensa e a TV.
Fracassou na largada mesmo onde seria sua fortaleza eleitoral:
Se também nos seus domínios ideológicos, os estados do Sul, o melhor índice de Moro foi o de 13% gaúchos, nisso Doria encontrou esperanças e Bolsonaro achou mais uma ilusão. As duas pesquisas pulverizaram a convicção generalizada de que o Sul seria absoluto pró-Moro. Ainda poderá ser, mas à custa de empenhos que outros também poderão fazer, Doria em particular.
Janio lamenta algo que já foi registrado aqui, de tão chocante, o fato de que a metade dos que se definem como empresários ser o único segmento que, apesar da sempre alegada crise, seguirem apoiando o mais desastre econômico brasileiro:
A compaixão pelo país permite arriscar que, entre os 47% de empresários da ultradireita, não faltem abalados pelas pesquisas. Não é simples aceitar que metade do empresariado veste-se mentalmente de papagaio como Luciano Hang. É o sectarismo incapaz até da memória, ou da honestidade, de reconhecer os ganhos de todo o empresariado com a melhoria da vida em geral no governo Lula, razão dos extraordinários 82% de aprovação ao fim do mandato.
Sim, nunca a utilização caricata do verde-amarelo serviu tanto de máscara para odiar a ideia de amor aos brasileiros.