Juízes substituíram militares na nova onda de dominação na América Latina

correa

A ordem de prisão contra o ex-presidente Rafael Correa, do Equador, é o novo capítulo das farsas judiciais que são uma versão “reciclada” da onda de golpes militares com que, nos anos 60 e 70, a direita conseguiu reempalmar o poder numa América Latina que já  não podia ser contida por governos oligárquicos.

O motivo, claro, oscila entre o fantástico e o pueril. Seria uma ordem de “sequestro” dada por Correa contra um opositor, apontado como “mentor intelectual” de uma rocambolesca tentativa (frustrada) de um equatoriano que fazia parte do círculo do ex-presidente colombiano – e arqui-inimigo de Correa – Álvaro Uribe.

Evidente que não tem lógica pensar que um presidente com prestígio político para reeleger-se, vencer plebiscitos e eleger seu sucessor – embora este já se tenha bandeado de lado – iria meter-se numa aventura com áreas de pastelão policial.

Como é absurdo que Correa, tendo se apresentado no consulado equatoriano na Bélgica, onde está, para cumprir a ordem judicial de apresentar-se às autoridades, ser considerado “foragido” e ter a prisão pedida à Interpol.

Mas tem toda a lógica observar como o Poder Judiciário, em toda América do Sul, está sendo transformado no instrumento de destruição das lideranças que, eleitas, se forjaram como ferramentas de afirmação de suas nações.

Exatamente, como foram há 40 anos, as ditaduras militares no continente.

Cristina Kirchner, Lula, agora Correa, não são enfrentados na política e nas urnas, mas no juízo dos tribunais, habitados pela mesma elite que jamais se conformou com a inclusão das massas na existência nacional.

No nosso caso, em aceitar que o Brasil tem 210 milhões de habitantes, não 50 ou 60 milhões que “existem”.

Alguém, no Facebook, falou em “Plano Condor 2.0” referindo-se às ações militares e policiais para exterminar as lideranças progressistas da América Latina, e não sem razão.

Afinal, porém, só conseguirão, como aquelas,  retardar o tempo, jamais fazê-lo parar ou retroceder.

 

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26 respostas

  1. Vale ressaltar que a “onda de justiçamento” só ocorre de um lado do espectro político.

    Do lado das velhas oligarquias corruptas está tudo tranquilo… enquanto isso Aécio, Temer, Serra e Alckmin, todos eles com abundância de provas condenatórias, seguem criando táticas eleitorais como se não existisse a menor possibilidade de pagar pelos seus crimes.

    Cada país tem o Mazaropi que merece.

    1. CPI da Lava Jato é irreversível

      A mesa diretora da Câmara informa que é impossível a retirada de apoios à CPI da Lava Jato cujo requerimento possui 191 assinaturas de deputados.

      Portanto, informa a Casa, ganhou status de irreversível a instalação da comissão de investigação das delações premiadas.

      O autor do pedido de CPI é o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que deverá presidir a comissão após a volta do recesso parlamentar em agosto.

      Por que os grandes meios de comunicação, liderados pela Rede Globo, desencadearam uma furiosa campanha contra a CPI das Delações premiadas.

  2. O erro da esquerda da América Latina foi tentar conviver com a direita golpista. Vejam o exemplo da Dilma que foi republicana demais. Nas manifestações de junho de 2013 a Dilma deveria mandar os militares das três armas e polícia militar sufocar o início das manifestações apoiada pela Globo que foi o início do golpe de estado de 2016.

    1. Não só sufocar como prender e processar os bandidos que defendiam a subversão, o rasgo às leis, a destruição do Estado de direito. Eles é a corrupta república de Curitiba deviam ter sido levados à Justiça Militar qdo quebraram o sigilo e espionaram o Chefe das Forças Armadas, a Presidente Dilma. Ergodan colocou TODOS na cadeia. Dilma “republicana” omitiu-se, acreditou nas “instituições”. O poder está com quem o exerce. Como diziam os franceses: O rei morreu. VIVA O REI!

    2. Veja que na Venezuela o Chavez foi bem diferente, especialmente por politizar o povo e dar-lhe participação no governo

  3. A ditadura 2.0 é um museu de “novidades”, onde o futuro repete passado. A onda iníciada pela eleição do novo Presidente mexicano tentará ser detida, esvaziada, através do judiciário corrupto latino americano, “podre poder” que sempre saiu intocado nos fins das ditaduras impostas a ferro e coturnos. É e sempre foi o pretor de ditadores. É o inimigo a ser vencido. #LulaLivre

  4. A grande desgraça da AL é a mesma de sempre: sua elite vagabunda e sem nenhum patriotismo. Não sei como a democracia possa resolver esta questão. Se não resolver, um futuro tenebroso nos espera para mais cedo ou mais tarde.

  5. Rafael Correa promoveu uma auditoria da dívida do Equador que reduziu o montante desta para 30% do valor inicial possibilitando uma melhora na qualidade do gasto público. Um péssimo exemplo. Se fizesse como no Brasil, onde a auditoria dívida prevista na constituição de 1988 dorme em berço esplendido, não teria problemas com a justiça (?!).

  6. :
    : * * * * 04:13 * * * * .:. Ouvindo As Vozes do Bra??S??il e postando: A questão crucial do Brasil tem, evidentemente, foco no envolvimento do aspecto básico que a economia significa para toda e qualquer sociedade mas se operacionaliza/operacionalizou através da administração da realidade cultural, fundamento pelo qual passa/deve passar a própria resolução dos mais diversos conflitos da situação brasileira.

    Além de “O 4º Poder”, de autoria do ansioso blogueiro Paulo Henrique Amorim, recomendo também o igualmente excelente livro “A INVASÃO CULTURAL NORTE-AMERICANA” [estadunidense], de autoria de Júlia Falivene Alves, Editora Moderna, Coleção Polêmica.

    Algo sobre é o seguinte :

    “O modelo cultural imposto pelo dominador pode destruir a identidade do povo dominado?

    Esta é a questão central analisada por Júlia Falivene Alves, formada em Ciências Sociais e professora de História. A partir da análise do nosso cotidiano, a autora denuncia a condição do Brasil de colônia cultural dos Estados Unidos e o resultado da destruição da nossa identidade nacional em favor da adoção do estilo de vida norte-americano [estadunidense].

    Um espaço significativo é dedicado aos meios de comunicação de massa e aos brinquedos infantis. São resgatados importantes capítulos da história do rádio, da música, do cinema e da televisão no Brasil. A principal preocupação da autora é com a análise [sobejamente criteriosa] dos conteúdos ideológicos veiculados pela cultura importada.

    Através de questionamentos a respeito de quem éramos antes do processo de invasão, em que nos transformamos e a serviço de que e de quem atua o colonialismo cultural, são denunciadas, sem xenofobia, mas de forma contundente, a infiltração de modelos norte-americanos [estadunidenses] e as perigosas consequências que isso pode representar para nossa identidade nacional.”…

    Devido à predominância de uma economia dependente, desde a colonização portuguesa, o Brasil exporta matéria-prima e importa produtos estrangeiros, sejam bens materiais ou idéias e valores. A partir de 1930, e de maneira intensificada desde 1950 e durante o período da ditadura militar, o capitalismo industrial se
    desenvolveu sob a tutela do capitalismo internacional, sobretudo norte-americano [estadunidense]. Dessa maneira, prevaleceram as formas de dependência que sempre extravasam do campo econômico em direção à tutela cultural. Neste livro, o cotidiano é analisado [muito percucientemente] para denunciar como a identidade brasileira tem sofrido o impacto avassalador do estilo de vida ianque [estadunidense]. Para tanto, a autora desvenda os aspectos ideológicos decorrentes dessa invasão nos mais diversos setores, como a língua portuguesa, as músicas, os brinquedos, a educação escolar, o lazer, a política, bem como a cultura enlatada veiculada pelo rádio, tevê, cinema e publicidade.

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    Por uma verdadeira e justa Ley de Medios Já pra antonti (anteontem. Eu muito avisei…) ! ! ! ! Lul(inh)a Paz e Amor (mas sem contemporizações indevidas, ou seja : SEM VASELINA) 2018 neles/as (que já PERDERAM, tomaram DE QUATRO nas 4 mais recentes eleições presidenciais no BraSil) ! ! ! ! !
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  7. Pena que não teremos um Erdogan na presidência. Com certeza haveria muito choro e ranger de dentes ministeriais e judiciais.

  8. Há quem afirme categoricamente: “Violência gera violência”.
    Pelo que tenho visto, esta assertiva NÃO é verdadeira.

  9. O famoso seminário supostamente contra “crimes financeiros” que o Departamento de Justiça dos EUA promoveu no Rio de Janeiro de 04 a 09 de Outubro de 2009, – https://wikileaks.org/plusd/cables/09BRASILIA1282_a.html – comandado pela funcionária do Departamento de Estado e especialista em América Latina Shari Villarosa, teve como sua estrela máxima da numerosa representação do Brasil o juiz Sergio Moro. Na abertura do seminário, Villarosa discursou salientando que “crimes financeiros são um problema global e devem ser abordados de uma maneira global” – Esta perspectiva é a dica para que os juízes e promotores do Brasil e de outros países latino-americanos considerassem que as leis americanas valem muito mais que as leis e as constituições locais, que passaram a burlar. Neste seminário foi discutida – e aprovada – a instalação da Força Tarefa de Curitiba, que seria depois denominada de Operação Lava Jato. Desta mesma reunião, participaram alguns juízes e promotores de outros países sul-americanos. Entre estes certamente se encontravam aqueles que agora se empenham na tarefa de destruição das forças políticas nacionalistas do Equador, e na prisão de suas grandes lideranças. Quem puxa os cordões destes juízes e promotores certamente não quer que Rafael Correa venha a ser novamente presidente do Equador, assim como não quer que Lula volte a ser presidente do Brasil. Mas eles estão começando a ver seus apoios americanos indo por águas abaixo, porque lá nos EUA os funcionários do Departamento de Justiça que atuavam sincronizados com a Lava Jato e outras semelhantes e que eram hillarystas, tiveram a pachorra de tentar implementar o impeachment do próprio Trump. E aconteceu que a Casa Branca desmanchou suas pretensões e muitos foram demitidos, outros estão respondendo processos e outros foram presos. Acabou a segurança imperial das Lava-Jatos latino-americanas, que estão em processo de extinção. https://www.revistaforum.com.br/2017/12/25/clarin

  10. O bom da ditadura do judiciário é que; diferentemente da militar;será mais fácil enforca-los quando caírem

    .

  11. No tempo que a elite vagabunda e alienada -a que entrega seu ouro por espelhinhos – usava o método de chamar os militares… Ou ir aos ”bivaques bolinar os granadeiros”— nao havia celular nem internet.
    Agora mudou um tanto, sem duvida.
    Agora mesmo esta sendo costurada no congresso um novo P/L para impedir que um , UM voto de um STFéfico tenha o poder de definir a interpretaçao de uma lei seja a ordinaria ou não.
    O que evidentemente tem dois le-gumes porem melhor assim.

  12. quando o chefe do exército ameaçou o supremo ficou claro q ou os milicos mandam no temer & cia ou recebem ordens deles (não sei em qual situação fica pior e mais feio para os fardados). Efetivamente fica difícil saber quem é q de fato manda nessa joça. Eu sempre desconfiei q a nossa democracia era uma piada e os civis nunca pareceram ter autoridade em cima de militares, sejam das FFAAA ou das simples polícias. Veja q Minas mesmo sob um governador petista teve a PM agredindo professores de escolas infantis do mesmo jeito q fazia com outros professores durante a ditadura (me vem a lembrança da imagem de Luiz Dulci, assessor de Lula na presidência, todo quebrado e ensanguentado aparecendo na TV quando era presidente de sindicato de professores.). O Brasil tb vergonhosamente nunca puniu seus torturadores como fizeram Argentina, Chile e Uruguai. E pq não foram punidos?! Pq nunca houve de fato uma democracia. Ela sempre foi meia boca. Tanto que facilmente foi destruída por alguns dos nosso magníficos empresários que compraram eleições de todos os tipos. A Comissão da Verdade foi evidência de q o poder não estava integralmente nas mãos da eleita. Como não somos ingleses, era democracia para bobo ver e acreditar!

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