Lava Jato: os sobrinhos do Tio Sam

Diante da apresentação, pela defesa do ex-presidente Lula, de indícios muito fortes de que a cooperação entre os integrantes da Lava Jato e integrantes do Departamento de Justiça norte-americano sem que tenha sido respeitada a legislação que obriga estes contatos a serem feitos sob a supervisão do governo brasileiro, o ministro Ricardo Lewandovski intimou o Ministério da Justiça a responder se intermediou, oficialmente, os encontros e troca de documentos da operação.

Segundo Mônica Bergamo, na Folha, a defesa de Lula encontrou diversas trocas de mensagens que mostram que não houve isso e que, ao contrário, muitos dos contatos foram camuflados, para que não chamassem a atenção. Em dezembro, o Ministério da Justiça já havia admitido que não havia colaboração oficializada.

Pior ainda, entre os diálogos, há alguns onde se trata, inclusive, da “rachadinha” de indenizações a serem pagas no exterior e que viriam, em parte, para que os procuradores da lava Jato decidissem seu destino “filantrópico” ou a atividades que promovessem politicamente o grupo como paladinos da moralidade.

A resposta do Ministério da Justiça confirmando negociações “informais” de Curitiba com o governo norte-americano são mais um fator de confirmação de que a ingerência estrangeira no Brasil não respeitou, sequer, as formalidades de uma, digamos, “intervenção formalizada”.

Há várias outras denúncias na praça que são, aparentemente, confirmadas pelo material obtido na Operação Spoofing, mas são mais do gênero “chover no molhado” sobre aquilo do qual já ninguém tem dúvidas, como a prova de que os procuradores mentiram ao dizer que não ouviram o produto dos “grampos” colocados nos telefones dos advogados de Lula, edição (frustrada) de um livro para interferir mais nas eleições de 2018 e da combinação de ataques para enfraquecer os ministros Dias Tofolli e Gilmar Mendes, do STF, além de Ribeiro Dantas, do STJ.

A dupla Moro-Dalagnoll está no chão, à espera que lhe seja dado o golpe de misericórdia que Luiz Fux tenta a todo custo evitar. Não é à toda que o brucutu Daniel Silveira, em sua apologia à tortura dos membros do STF tenha feito exceção ao presidente da Corte que, escapa dos conceitos imundos que destina aos outros ministros e diz que ele é o único com quem se sentiria bem numa discussão jurídica.

Ah, bom…

 

 

 

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