O reajuste do óleo diesel, anunciado hoje, deixou claro que é inevitável que a Petrobras reajuste também a gasolina, ainda mais porque o etanol, que compõe 17% do preço do combustível, também está em alta forte (4%, só em setembro).
É por isso que Arthur Lira, o presidente da Câmara, do nada, passou a fazer declarações de que o preço de R$ 7 reais da gasolina – de resto, já praticado há quase um mês – é “inaceitável” e que imporá aos governos estaduais um valor único – mais baixo, por suposto – ao ICMS dos combustível por decisão da Casa.
Lira sabe que isso não tem previsão constitucional. Só o Senado pode interferir em alíquotas de operações de circulação interestadual de mercadorias.
É uma jogada para se descolar da má repercussão do aumento e para fazer coro às desculpas de Jair Bolsonaro sobre a inflação. Tanto que fez a bravata ao lado dele, numa cerimônia em Alagoas.
A queda de inflação esperada para outubro – é certo que a de setembro ficará bem além de 1% – é desesperadora para o governo, que está ainda sob o pesadelo de uma estagnação prolongada da estagnação econômica, ao ponto de estar planejando a extensão do parco auxílio emergencial até abril do ano que vem.
Não é a política o que está afundando, teimosamente, Jair Bolsonaro, é a economia.