Lula está perto de não ter processos na Justiça

A decisão de Gilmar Mendes de estender a dois outros processos da “Lava Jato” a declaração de suspeição de Sérgio Moro: além do caso do “triplex” de Guarujá, também os do “Sítio de Atibaia” e o do “terreno do Instituto Lula”. Na 13ª Vara Criminal de Curitiba, resta apenas o que tenta incriminá-lo por doações ao Instituto Lula, negócio privado, igual aos realizados pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso, que não tem bases sólidas para prosperar, mas que não teve participação direta de Sergio Moro, embora estivesse lá a turma de Deltan Dallagnol.

Todas estas acusações, se o MP quiser retomar, terão de ser iniciadas do princípio, com o oferecimento de denúncia e em outras varas, porque sobre a do Paraná sobrevive a decretação de incompetência territorial afirmada por Luiz Edson Fachin e referendada pelo pleno do STF.

Em resumo, deixaram de existir.

Há boas chances de que Lula vá à disputa eleitoral sem ser réu em nenhum processo.

Seu melhor advogado, hoje, chama-se Sérgio Fernando Moro, o ex-herói maldito, o homem que levou Jair Bolsonaro ao poder.

Na decisão que estendeu a nulidade por suspeição de suas decisões nos processos de Lula, Gilmar Mendes assume claramente este veredito:

“O último fato indicativo da perda de imparcialidade do magistrado consiste no fato de haver aceitado o cargo de Ministro da Justiça após a eleição do atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, que há muito despontava como principal adversário político do paciente. Sergio Moro decidiu fazer parte do Governo que se elegeu em oposição ao partido cujo maior representante é Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-juiz foi diretamente beneficiado pela condenação e prisão do paciente”.

Quem pode, hoje, descrer que Moro tenha sido o mentor de um delírio que fez o Brasil entrar na desventura Bolsonaro?

Ou de que Lula é o remédio, ainda que amargo para alguns, para este pesadelo?

 

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