Luzes de alerta piscam para Moro

Sergio Moro vai provar do seu próprio remédio no processo eleitoral?

Impossível dizer com certeza, mas é evidente que este risco existe, a crer nas notas que se sucedem na imprensa sobre os possíveis ganhos do ex-juiz na sua rápida incursão pelos Estados Unidos, na empresa Álvarez & Marsal, multinacional que assumiu a administração da recuperação judicial da Odebrecht, gigante da construção civil arruinada pela Lava Jato.

A noticia de que o procurador da República junto ao Tribunal de Contas da União, Lucas Furtado, que saber todos os detalhes dos acertos contratuais entre a A&M e Moro, inclusive valores envolvidos no contrato e no recente distrato, destaque hoje na coluna de Monica Bergamo, na Folha é um claro desdobramento da nota de Robson Bonin, na Veja, dizendo que circulaminformações no Supremo Tribunal sobre umasuposta fortuna ganha pelo ex-juiz na sua aventura norte-americana.

Verdade ou não, os episódios mostram que o clima de suspeita que Moro ajudou a construir no país, agora, volta-se contra ele. E, afinal, condenar alguém por “fato indeterminado” não é algo que ele próprio possa considerar incabível.

Mas é pior ainda para o ex-juiz.

Claro que pode ser “disputa de espaço” – e de vantagens – o fato é que o juiz recebeu hoje o mais pesado disparo de “fogo amigo” de onde sempre foi tratado como um”reizinho”.

Naquele site cujo nome não escrevo, mas que já foi apelidado no passado de O bolsonarista e agora é, por enquanto, O morista, onde o próprio Moro escreve suas platitudes, um dos integrantes do trio que o comanda lista fatos sobre a incapacidade política do ex-juiz e de seu partido para lidarem com a campanha.

Um convite frustrado a Nizan Guanaes para coordenar sua marquetagem, o “abandono da militância espontânea”, a inabilidade do trato com a imprensa (embora ele se beneficie do puxa-saquismo de “certos” colunistas), a inabilidade no uso das redes sociais e, até, o guarda roupa de Moro (“usa a mesma muda de roupa na visita à favela e no jantar com empresários em São Paulo”), tudo entra na conta dos queixumes, que se arremata com uma frase mortal para um candidato recém-lançado:

“Diante deste cenário, começo a me questionar se a candidatura de Sergio Moro é para valer.”

Uau! Ou isso é uma botinada para recuperar espaço perdido junto ao candidato, do qual foram aliados de primeira hora, ou é uma confissão de fracasso.

Será que ainda veremos uma “rebolsonarização” daquilo lá ou teremos de cunhar mais um apelido: O dorista?

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