Mais um doleiro na relção entre Moro e Álvaro Dias

Ontem à noite escreveu-se aqui que o final de ano ainda reservava amarguras para Jair Bolsonaro e Sergio Moro.

Manhã de hoje e #BolsonaroVagabundo segue sendo a campeoníssima nas menções políticas naquela rede e as menções a Moro vão se aproximando, com mais de 100 mil, por contada reportagem de Felipe Bächtold e Vinicius Konchinski, na Folha, informando – sem contestação – que o doleiro Alberto Youssef financiou campanha de principal aliado de Moro, o senador Álvaro Dias, pagando horas de voo em jatinhos na sua campanha ao Senado em 1998.

Moro reagiu, por meio de sua assessoria, dizendo que desconhece qualquer depoimento de Alberto Youssef que tenha “implicado diretamente o senador Alvaro Dias em algum ilícito”.

Faltou informar, porém, que não foi só Youssef que apontou Dias como beneficiário do esquema de doleiros em depoimento a Sergio Moro e ele, na prática, impediu que o nome do senador fosse citado.

Para que fique claro que não é nada relacionado à candidatura presidencial do ex-juiz, transcrevo um trecho de reportagem do UOL datada de 6 de agosto de 2019, quando Moro ainda era ‘superministro” de Jair Bolsonaro:

“Ainda no início da Lava Jato, no ano de 2014, o suposto envolvimento de Álvaro Dias em suspeitas apuradas na operação já era aventado por investigados. Leonardo Meirelles, doleiro condenado na Lava Jato na segunda ação penal resultante das apurações da operação, chegou a indicar num depoimento que poderia falar sobre o senador. Moro pediu que identificações fossem evitadas.
No depoimento, ocorrido em outubro daquele ano, Mereilles começou a relatar a Moro as ligações do também doleiro Alberto Youssef, seu parceiro, com partidos políticos. Meirelles citou o PSDB e falou num “padrinho político” e “conterrâneo” de Youssef. Youssef nasceu em Londrina (PR). Dias nasceu em Quatá (SP),mas estudou em Londrina e iniciou sua carreira política como vereador da cidade, em 1968. Moro, então, interrompeu Meirelles: “A gente não está entrando nessas identificações, doutor”.
O acusado chegou a tentar prosseguir no assunto dizendo que “não estava citando nomes”. Moro novamente interveio: “Se a gente for descrever e falar as características, daí não precisa falar o nome, né?”. O advogado de Meirelles, Haroldo Náter, confirmou em contato com o UOL que o político tratado no depoimento era Álvaro Dias. Para ele, Moro evitou tratar envolver o senador no depoimento porque isso poderia paralisar a tramitação do processo e enviá-lo ao STF, já que Dias já tinha foro privilegiado.

Acobertamento ou desejo de que o caso não fosse levado ao foro competente, qualquer das opções configura um grave violação legal por parte de Moro, que agora tem Alvaro Dias como patrono no Podemos.

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