Na quarta-feira, registrou-se aqui que o senador Renan Calheiros sacode-se ao ficar irritado (e sobram razões na CPI para isso) e que no mentirológio do sr. Fábio Wajngarten chegava a quase por abaixo a proteção de acrílico de sua bancada, já antevendo o pedido de prisão do citado ex-secretário de Comunicação.
Ontem, o mais que bem informado colega e amigo Tales Faria, conta em sua coluna no UOL que irritar Renan Calheiros – como está evidente na ação do clã Bolsonaro – é a estratégia governista para “forçar um acordo em que o senador alagoano abriria mão do posto em favor de outro emedebista, como por exemplo o líder do partido, Eduardo Braga (AM)”.
A provocação improvisada de Flávio Bolsonaro no final da sessão daquela quarta-feira e os planejados desaforos presidenciais da quinta-feira em Maceió são os dois primeiros movimentos. O terceiro será no depoimento – provavelmente mudo – de Eduardo Pazuello na próxima semana,
Só se não for esperto como é, Renan cairá na armadilha de sair batendo, com a primazia que tem de inaugurar a sessão de perguntas que tem como relator, no enlameado general.
E deixar Pazuello responder, docilmente, ao esquadrão bolsonarista que o louvará, dando informações e versões que só o complicarão, para só depois inquiri-lo sobre as contradições e revelações já explicitadas, naquela e nas anteriores oitivas da CPI.
O relator pode escolher quando fará suas perquirições e Renan deve servir-se disso, por mais que se sinta tentado ao confronto desde o início.
Pazuello, já se viu nas suas súbitas crises de autoritarismo em sua passagem pelo Ministério, irrita-se e tem reações autoritárias. Agora, porém, já não tem o posto e a autoridade que este dá.
Só pode agarrar-se na autoridade que Bolsonaro lhe deu para ser canino.
Os detalhes e circunstâncias da ação do “gabinete do vírus”, como se viu na inquirição do presidente da Pfizer, ontem, que acabou forçado a confirmar a presença de Felipe Martins e Carlos Bolsonaro em reuniões para tratar da contratações de vacinas estão vazando de gente no Planalto que não quer se afundar na conspiração negacionista da sede do Governo.
Omar Aziz sabe tudo sobre a desastrada e fatal atuação dele e do Ministério durante a crise de Manaus, um calcanhar-de-aquiles indefensável da atuação do general.
A hora de Renan é depois.
Maracugina, senador, é fitoterápico sem contraindicações.