Marolas e águas profundas na eleição

Jair Bolsonaro e Sergio Moro têm um traço em comum.

Fazem, cada um a seu modo, marola na mídia, seja chamando de “cachorras” às mulheres, seja chamando de “festim da impunidade” o encontro entre um duplamente ex-presidente da República e quem teve quatro mandatos como governador de São Paulo, o maior estado do país.

Bolsonaro acentua seu perfil sexista; Moro ataca um eleitorado conservador que, sem balizas, poderia pender para ele em São Paulo.

Nem um, nem outro correspondem à agonia popular com a situação dramática das pessoas e do país, nem de longe.

Fazem marola, mexem nas águas superficiais, mas não tocam nas águas profundas de um país em desagregação.

Bolsonaro apela à grosseria; Moro, ao moralismo, ambos alienados das necessidades reais de um povo devastado pela crise.

Ninguém fala das dificuldades reais da população.

Lula, amanhã, estará no natal dos catadores de material reciclável, latas e papelões, como faz há 17 anos, salvo em três: por causa de seu câncer, pela prisão em Curitiba e pela pandemia. Moro e Bolsonaro, onde estarão?

Não é um arranjo, não é um episódio eleitoreiro, que nenhum de seus adversários poderia fazer, porque não têm capacidade de agregar.

Bolsonaro e Moro não pregam fora de suas bolhas, agora já diminutas, e Lula voa na imaginação coletiva.

 

 

 

 

 

 

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *