Sergio Moro foi ao Twitter “responder” à decisão do ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, de acatar o pedido do Ministério Público e revelar seus ganhos como “sócio-diretor” da consultoria Álvarez e Marsal e também para que seja fornecido ao Tribunal quais foram os contratos que a empresa obteve como decorrência das dificuldades de empreiteiras decorrentes da Operação Lava Jato.
O “responder” foi entre aspas porque, como você lê, é tudo genérico e impreciso, na base do “la garantía soy yo”, não revelando valores nem no que atuou, alegando apenas que “não havia conflito de interesses”.
Apenas, portanto, a palavra do ex-juiz contra o fato de que ele foi ser diretor de uma empresa que cuidava da recuperação judicial de, pelo menos, duas gigantes abatidas pela Lava Jato: a Odebrecht e OAS.
Quer dizer que, quando ele era juiz, o Ministério Público podia levantar o que quisesse contra qualquer um, mas quando é canddato ninguém pode duvidar de que ele é um cidadão acima de qualquer suspeita?
Está send tratado melhor do que tratou seus jurisdicionados e nem mesmo lhe ordenaram uma quebra de sigilo bancário, menos ainda as buscas, apreensões e conduções coercitivas que ordenava.
O que Moro vai fazer? Mostrar o que ganhou e no que trabalhou? Vai pedir que a Justiça proteja o segredo de seus rendimentos?
As cenas dos próximos capítulos são terríveis para o ex-juiz, que está apanhando feito boi ladrão nas redes sociais.
Trabalhei 23 anos na carreira pública. Lutei contra a corrupção neste país como ninguém jamais havia feito. Deixei o serviço público e trabalhei honestamente no setor privado para sustentar minha família. Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões.
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 28, 2021