Com um dia de atraso, reproduzo os comentários que fiz ontem no programa Bom Para Todos, da TVT, sobre a lentidão – e os improvisos – do processo de vacinação brasileiro brasileiro.
Não podemos nos perder nos percalços naturais de um processo de vacinação em massa, sejam os abomináveis desvios que ocorrem com pessoas de mau caráter recebendo a dose antes dos prioritários ou nas discussões sobre se chega hoje ou amanhã um pequeno lote de imunizante desta ou daquela fábrica.
Peço perdão pelos pequenos erros provocados pela soma do improviso com a indignação, mas acho que consigo fazer ver o que é mesmo importante nesta questão: ter condições de desenvolver e fabricar vacinas por meios próprios, quebrar ou relativizar patentes quando se trate de combater tragédias humanitárias, vacinar em massa como condição para o bloqueio da transmissão na coletividade e ter flexibilidade para combinar a vacinação generalizada com ataques intensos aos locais onde a doença está fora de controle.
O que deveria ser o esforço político-diplomático do país, hoje, é conseguir vacinas para fazer um processo de vacinação que, se tudo desse certo – e não está dando – levaria 16 meses para ser concluído. Não dá para nos conformarmos com dois anos de vacinação e, portanto, mais dois anos de tragédia humanitária.