A grande crise é na ordem mundial. US$ 1,1 bi a menos, em um mês, com mais soja

soja

Os “sabichões” da economia quase nunca dizem que o modelo de pesados financiamentos públicos – via  BNDES – e as renúncias fiscais feitas no primeiro mandato de Dilma foram uma tentativa de fazer com que o país pudesse depender, como historicamente depende – da exportações de commodities, ainda que não possa nem devam estas deixarem de ser parte importantíssima de nossa pauta de exportações, pelo potencial agrícola e mineral do Brasil e por uma extensão territorial, sol e água que são diferenciais estratégicos (quem duvidar, veja se os EUA descuidam de sua produção agrícola).

Hoje, na Folha, a coluna de Mauro Zafalon, especialista em comércio de commodities, traz uma informação que puxa parte do tapete dos que dizem que o Brasil vive uma crise que vem quase que só dos gastos públicos e de episódios de corrupção que, embora graves e sérios, do ponto de vista macroeconômico influi mais pelo clima  que cria do que pelo dinheiro desviado criminosamente.

Diz ele:

“O Brasil nunca exportou tanta soja em um mês como em maio passado. Mas, apesar desse volume recorde, a receita encolheu.(…)Mas o menor preço médio da soja neste ano é uma má notícia para a balança comercial brasileira.Após ter atingido US$ 31,4 bilhões com as exportações do ano passado, o complexo soja (soja em grãos, farelo e óleo) deverá render apenas US$ 23,4 bilhões neste ano, segundo estimativas da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).”

O preço, informa Zafalon, caiu fortemente: “em maio do ano passado, a tonelada da oleaginosa exportada atingia US$ 508. Neste ano, esteve em US$ 387.”

Fazendo as contas: ao preço do ano passado, os 9,34 milhões de soja exportada deveriam render US$ 4,74 bilhões.

US$ 800 milhões  a mais.

Mas renderam US$ 3,6 bilhões,  “apenas” US$ 1,1 bilhão a menos, num mês, do que seria a preços de 2014.

Sessenta anos depois, permanece, infelizmente, o que Getúlio Vargas escreveu em sua “carta-testamento”:

– Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

É claro que muito daquele mundo é diferente do de hoje, sobretudo o protagonismo do capital financeiro, mas não a essência da dominação dos poderosos.

Não é o “mercado” que vai dotar o Brasil de uma economia mais equilibrada em produtos de média-alta tecnologia – e preço – nem vai elevar nosso nível educacional, nem financiar a ampliação e modernização do nosso parque de máquinas. Muito menos fazer usinas elétricas, refinarias. Aliás, petróleo querem, mas só para sacar do solo e exportar.

É por isso que têm tanta saudade dos tempos em que o Brasil vivia como cão vadio, abanando cauda e se oferecendo para qualquer negócio, entregando-se todo.

Entre as pessoas e as nações, tão importante quanto evitar a soberba, é não se conformar em ser capacho.

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3 respostas

  1. Mas apesar de tudo o fluxo em reais com a desvalorização frente ao dolar aumentou, tanto que o PIB da agropecuária cresceu e muito neste início de ano.

  2. Depois disso, falar o quê. Torcer para a PGR deixe também de abanar o rabo e cumpra seu papel e investigue a Globo e Cia e faça a Zelotes não ir para baixo do tapete, que é o que desconfio que estão tramando. Hoje fiquei pasmo -não pela fonte…-rádio gaúcha- mas pelo órgão promotor, a suposta “casa do povo” …a Assembléia Legislativa do RGS, promovendo simpósio de Desenvolvimento e Competitividade…chutem um dos palestrantes…Jorge Zelotes Gerdau…isto mesmo eu ouvi e vocês leram; Quer dizer, que vão colocar o terno, uma bela gravata, as madames a inseparável bolça Luiz Viton, pegar o carro e vão assistir palestra de “como grandes conglomerados SONEGAM Impostos e SUBORNAM do País e ainda culpam os Governos por tudo, falta de Saúde, Educação, Infraestrutura…etc…”Casa do povo ou da Elite SONEGADORA??? Bom fico surpreso de bobinho que eu sou, porque o Gov. do RS hoje é R B Sartori…

  3. Se não é o único, a agropecuária é um dos poucos setores com crescimento, algo em torno de 5 ou 6%…..

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