É terrível para um país que as funções – e decisões – de Governo passem a ser determinadas pelo Judiciário.
E é exatamente o qu aconteceu agora, quando o ministro Luís Roberto Barroso determinou a aplicação das medidas de controle sanitário sobre os visitantes que entram no Brasil, exigindo certificado de vacinação – o nome prosaico e tradicional de um controle comum e não esta bobagem de “passaporte vacinal”.
Era evidente que Jair Bolsonaro não queria seguir as recomendações de seu indicado para a Anvisa, o almirante Barra Torres, e acabou por mandar baixar uma portaria que não resolvia o problema e ainda criava uma “quarentena” para inglês ver, inexequível e incontrolável. Pela qual, aliás, qualquer viajante poderia apelar, mesmo estando avançada e plenamente disponível a vacina em seus países.
Não, não creio que Bolsonaro queira que se dirijam para cá todos os antivacinas da Terra ou nos tornar o paraíso do turismo dos antivaxxer como ele. É apenas uma “marcação de território, como os cachorros fazem aos postes, para proclamar sua originalidade, sua “diferença” e sua obtusa ideologia.
Certo que Barroso fez o que era seu dever: fixar normas de defesa sanitária, já que o Executivo, a quem compete estabelecê-las fez apenas – e sob pressão – um emaranhado de regras confusas e aparentemente ineficazes.
Mas abriu um espaço para uma nova escaramuça do ex-paraquedista, cuja mente é moldada para fustigar e retirar, fustigar e retirar, desgastando quem ele pensa ser “o inimigo”.
E agora não abrirá fogo contra o Supremo, mas vai mirar em Alexandre de Moraes e Barroso, não exatamente a figura mais popular entre seus pares e contando com duas “cabeças de ponte” dentro da Corte: o insípido Nunes Marques e o terrível André Mendonça.
Como escrevi no post anterior, está de volta o Bolsonaro da ferocidade. E sem cartinha de Michel Temer para pacificar.