Então, agora, na falta de questões importantes a examinar, o STF vai julgar “ação sobre possibilidade de crianças serem educadas em casa”
Postulada por uma família inconformada, entre outras coisas, com o fato de que a menina, de 11 anos, com as “imposições pedagógicas” da escola, como o ensino do evolucionismo “. Explica o G1 que “a família é cristã, acredita no criacionismo e, diz a ação, “não aceita viável ou crível que os homens tenham evoluído de um macaco”.
À parte a ignorância privada, sobre a qual o absurdo é o de termos de discuti-la na esfera pública – aliás, pouco falta para tratar-se desta questão em debates presidenciais e aí estão Daciolo, Marina e Bolsonaro para estrelarem a discussão “científica” – esta bobagem já foi, informa-se, tutelada pelo “brilhante” ministro Luís Roberto Barroso, candidato a neopríncipe do neoliberalismo, que atendeu ao pedido da ala mais radical do “Escola sem Partido”, o “Criança sem Escola”, ao suspender, em 2016, a tramitação de ações que versavam sobre esta barbaridade.
“A controvérsia envolve, portanto, a definição dos contornos da relação entre Estado e família na educação das crianças e adolescentes, bem como os limites da autonomia privada contra imposições estatais”.
Criança frequentar a escola é uma obrigação estatal em todo o mundo civilizado, ou quase, pois nos Estados Unidos a legislação varia entre os estados, e, na Europa, os pais são responsabilizados até pelo fato de crianças estarem na rua em horário escolar.
Aqui, mais gravemente ainda, significa negar a obrigatoriedade de que milhões de crianças pobres tenham o direito de – ruim, deficiente, problemática que seja – terem acesso ao ambiente escolar. Afinal, são “livres” para serem educadas na rua, não é?
Permitir que o fundamentalismo nos leve a este absurdo de tornar as crianças “propriedade absoluta dos pais” nas decisões sobre sua relação com o convívio social, as ciências, a pluralidade da civilização é, ao contrário do que querem fazer crer os defensores da “autonomia privada”, a negação da liberdade, pois significa aprisiona-las em corpo e mente aos seus “donos” paternos.
Hoje, Dia dos Pais, os que somos pais estamos desafiados a dizer não a esta onda que nos quer fazer “proprietário” dos filhos, com o direito de negar-lhes vacina, escola e tudo o mais que quisermos, inclusive o direito de transformá-los em monstros antissociais.
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ESSA LOUCURA QUE ESTÁ SE TORNANDO O BRASIL PRECISA URGENTEMENTE DE UM A REAÇÃO QUE ENTERRE DE VEZ A TRÁGICA POSSIBILIDADE DE VIVERMOS EM UM MANICÔMIO.
ESSA LOUCURA QUE ESTÁ SE TORNANDO O BRASIL PRECISA URGENTEMENTE DE UM A REAÇÃO QUE ENTERRE DE VEZ A TRÁGICA POSSIBILIDADE DE VIVERMOS EM UM MANICÔMIO.
ESSA LOUCURA QUE ESTÁ SE TORNANDO O BRASIL PRECISA URGENTEMENTE DE UM A REAÇÃO QUE ENTERRE DE VEZ A TRÁGICA POSSIBILIDADE DE VIVERMOS EM UM MANICÔMIO.
A culpa pelo que está acontecendo no Brasil deixou a muito tempo de ser responsabilidade de fascistas como bolsonaro.
A culpa é das "pessoas de bem", que para barrarem o desenvolvimento do Brasil, que passa pela redução da desigualdade social e pela abertura de oportunidades para os pobres, fazem vista grossa ou até alimentam o preconceito contra os que aplicam (ou tentam aplicar) os direitos humanos nas políticas de Estado.
Sobre o fundamentalismo religioso nas escolas, sugestão de leitura: http://www.socialistamorena.com.br/nos-eua-escolas-privadas-subsidiadas-ensinam-que-homens-e-dinossauros-conviveram/
Quanto à educação domiciliar: muito fácil famílias de classe média defenderem tal ideia, esquecendo os milhões que ficariam sem escola e não têm pais (mães, na nossa cultura machista) para ficarem em casa ensinando. É mais um duro golpe na nossa combalida Educação...
ESSA LOUCURA QUE ESTÁ SE TORNANDO O BRASIL PRECISA URGENTEMENTE DE UM A REAÇÃO QUE ENTERRE DE VEZ A TRÁGICA POSSIBILIDADE DE VIVERMOS EM UM MANICÔMIO.
Pervertido como se encontra o STF, creio que questões como estas correm risco de serem vencidas pela insensatez e pelo fundamentalismo dos ignorantes, que já contamina milhares de mentes fascistas em nosso país!
É de rir. O autor fala do ambiente escolar brasileiro como se falasse do paraíso. Chama de "fundamentalismo" uma atitude que se encaixa como uma luva para descrever sua própria atitude.
Pois é! Tive a mesma impressão.
"Sim, porque não serão eles que vão ficar ensinando MMC e divisão de frações à noitinha, quando chegarem em casa, todos os dias, não é?"
Leiam o próximo post a respeito desse assunto inútil e ridículo e deixem de concordar com a máxima acima, se forem capazes...
Então está bom ... a solução é acabar com a escola pública ?
Assim resolve-se um dos problemas do déficit das contas públicas né?
Meu Deus esse país virou de cabeça para baixo !
Onde eu disse isso no meu texto? Uau! Eu só disse que não concordo com a aplicação que fez do termo "fundamentalismo". Isso é claramente um simulacro que ele constrói sobre a realidade do outro. É constitutivo da linguagem. Geralmente, em nossos discursos não dialogamos com o outro, construímos um simulacro dele. A propósito, eu sou terminantemente contra acabar com escola pública ou retirar dela a diversidade, "purificá-la" da ideologia, como se isso fosse possível. Mas também não concordo em transferir para ela um papel que não é seu por direito, mas da família.
Acho q voce precisa rever esse seu conceito de fundamentalismo. Parece q tudo q não se encaixa no discurso ultraiberal deve ser taxado de fundamentalismo. Alias, essa sim é uma atitude fundamentalista.
Ou será q os fundamentos q norteia, p. ex., os estatutos da criança e do adolescente tbem são fundamentalismos.
O Fernando Brito usou fundamentos, educacionis e sociai dos quais compartilho, para justificar sua defesa do ambiente escolar como um elemento imprescindivel para a saúde de qquer sociedade.
Ah, e o ambiente escolar brasileiro, ou de qualquer outro lugar, não é o "paraíso", e nem deve ser.
Concordo com você: definitivamente não vivemos no paraíso. Só achei um tanto redutora a visão do autor do texto do que seja "fundamentalismo". Dar nome as coisas é complicado, porque os nomes acabam se tornando rótulos. É inconsciente esse processo de construir simulacros da realidade do outro.
Pessoa!! Se é para rir, lembrei-me do CÓDIGO DE HAMURABI, que será atualizado como CÓDIGO DE BOLSONAR
1-Todo servo (pequeno produtor ou operário ou pobre) que desrespeitar seu superior levará 3 anos de trabalhos forçados sem pagamento
2-Todo o servo que levantar a mão para seu patrão terá a mesma amputada.
3-Todo servo que se engraçar para uma donzela ou senhora as classes superiores, terá o MEMBRO DECAPITADO.
ASSIM MANDA O DEUS BAAHL
Portanto, muito respeito, pois as ELITES sempre tem razão. Inclusive, religiosa, como nossa família em questão.
Isso está no código de Hamurabi? Sei não...acho que Baal não tem a ver..
Fernando, bom dia e bom dia dos pais. É o seguinte: para estes FDP, o filho do pedreiro tem que brincar com um carrinho de mão, não precisa ter acesso à educação, porque NÃO deve ser criado e educado para refletir, pensar e estudar. Terá que ser pedreiro como o pai, ou uma doméstica como a mãe, se menina(?) Mais uma entre centenas de barbaridades desta gente escrota.
Genial, Mário. Que maravilha! Formidável. Das duas uma. Primeira: você leu o último lvro da tríade do Jessé Souza (A Elite do atraso), no capítulo onde ele acaba com a meritocracia mostrando a diferença entre a atrações lúdicas da criança pobre e as da criança rica. Segunda: você não leu. Então você é um privilegiado, com inteligência intuitiva, como, por exemplo, o Lula. O que a classe média (que é idiotizada pela classe A e não sabe disso) quer é NA REALIDADE, aumentar cada vez mais a já enorme diferença social. Mais um golpe.