A matéria publicada hoje no Estadão é o retrato do que, ontem, levantou-se aqui na crítica à visão tecnocrática de que a redução dos programas sociais – a previdência publica universal é um deles – traria para as regiões mais pobres do Brasil.
Um estudo de uma consultoria econômica, a Tendências, mostra como os nordestinos são vítimas, em muito maior grau, do cenário de devastação econômica inciado por Joaquim Levy e imensamente aprofundado pela dupla Henrique Meirelles- Michel Temer.
É um quadro dramático e não vai demorar para que tudo aquilo que se acumulou na era Lula-Dilma e que ainda “segura” o drama social dos nordestinos.
Leia o texto, muito bom, de Renée Pereira:
Uma perversa combinação entre crise econômica e problemas climáticos tem castigado o Nordeste do Brasil. A região, que nos últimos anos teve importantes avanços sociais, agora começa a perder parte dessas conquistas com o enfraquecimento da economia e perda do poder aquisitivo da população.
Levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada mostra que, em 2015 e 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) da região teve recuo médio de 4,3% ao ano – o pior resultado entre todas as regiões do País. Com o desemprego em alta, a renda familiar encolheu 2% ao ano e, num efeito cascata, fez as vendas no comércio despencarem quase 20% nos dois anos.
O fraco desempenho da região também tem origem em questões estruturais. O Nordeste é altamente dependente das transferências governamentais, que recuaram com a crise fiscal brasileira. Com a queda na arrecadação nacional, Estados e municípios passaram a receber menos dinheiro para investir e pagar despesas.
Aposentadoria. Outra característica é que, até 2015, quase 24% da renda familiar vinha de aposentadorias, pensões ou Bolsa Família. “Durante vários anos esses benefícios cresceram mais que a renda do trabalho e foram importantes motores de consumo do Nordeste”, diz o economista da Tendências, Adriano Pitoli.
Essa política – adotada na era Lula e Dilma Rousseff – ajudou a economia local a avançar acima da média nacional. De 2006 a 2014, o PIB da região teve crescimento médio de 3,9% ao ano, enquanto a média nacional foi de 3,5%. A renda familiar subiu 6,9%, impulsionando o comércio a uma taxa anual de 8,8%.
Mas essa fonte de crescimento parece ter se esgotado, e não há perspectiva de que volte no mesmo ritmo e potência dos últimos anos. Entre 2015 e 2016, a renda do Bolsa Família, por exemplo, teve queda média de 5,7% ao ano, segundo a Tendências. No período 2017-2021 deve crescer apenas 0,3% ao ano.
Os avanços fizeram muitos economistas acreditarem que, em 50 anos, o Nordeste conseguiria se aproximar do PIB per capita nacional – o produto das riquezas totais produzidas pela região dividido pela quantidade de habitantes. Hoje essas estimativas não se aplicam mais. Segundo as previsões da Tendências, no ano passado o indicador recuou ao nível de 2009.
“O Nordeste teve ganhos de renda baseados em crédito e em programas sociais. Só que não fizemos nada para promover os avanços na produtividade para que essas conquistas fossem perenes”, afirma o pesquisador José Ronaldo de Castro Souza Júnior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo ele, não se investiu em educação e saneamento para melhorar e desenvolver a região. “O resultado é que se tem uma convergência no curto prazo, mas depois volta o que era antes.”
O economista Jorge Jatobá, diretor da consultoria Ceplan, de Pernambuco, afirma ainda que a região foi fortemente prejudicada pela paralisia de grandes empreendimentos. “Vivemos uma conjunção de problemas. Além de depender muito das transferências estaduais e federais, projetos que vinham sendo construídos na região tiveram as obras reduzidas, paradas ou canceladas.”
Segundo ele, entre 2007 e 2014, o Nordeste tinha R$ 104 bilhões de investimentos sendo tocados. Isso inclui a ferrovia Transnordestina, a transposição do Rio São Francisco e as refinarias da Petrobrás, atingidas pela Operação Lava Jato
13 respostas
2,9% da renda do Nordeste são provenientes do Bolsa Família? Então onde fica a tese de que o programa é uma esmola para vagabundos? Ou será que nunca tivemos ninguém na linha de extrema pobreza no Brasil e que isso era invenção do PT para se garantir no Poder? Em que lugar do mundo 2,9% de eleitores decidem uma eleição? Só na cabeça de ignorantes mesmo.
a maioria dos beneficiário do bolsa-família trabalha, é só um complemento (tão pouco e fazia tanta diferença, pois na somatória de beneficiados ajudava a dinamizar as economias locais), mas a mídia distorce tudo
Matemática básica e raciocínio lógico: esses 2,9% da RENDA é destinado a um percentual muito maior de ELEITORES.
Em tempo, não acho que Bolsa Família é compra de votos, acho que é importantíssimo. Só não vamos distorcer as informações…
Abraços!
Cuidado com a matemática: esses 2,9% da RENDA é destinado a um percentual muito maior de ELEITORES.
Em tempo, não acho que Bolsa Família é compra de votos, acho que é importantíssimo. Só não vamos distorcer as informações…
Abraços!
Quando teremos outra entrevista na TV, onde o Temer é “pressionado” pelo Roda Viva?
Sugestões de perguntas:
1. O sr. ainda é apaixonado pela Marcela?
2. Qual a marca do sabonete que o sr. usa?
3. Qual a colônia que a Marcela usa?
4. Que música vocês ouvem?
5. O Michelzinho já aplica na Bolsa de Valores?
6. Qual sua marca de sorvetes preferida?
Essas perguntas são essenciais para nossa compreensão sobre o que ele pensa do Brasil.
http://novoexilio.blogspot.com.br/2017/01/oligarquia-x-liberdade-o-alvorecer-da.html?m=1
Como se destrói uma oligarquia?
Em menos de uma década, o Brasil passou de um país nulo em energia eólica para se tornar o 10º maior produtor do mundo – e, no centro desta mudança, a região Nordeste é protagonista.
De acordo com o Conselho Global de Energia Eólica, o Brasil tem a 10ª maior capacidade de geração do mundo e, em 2014, foi o quarto que mais ampliou esse potencial, atrás de China, Alemanha e Estados Unidos.
E agora?
A Associação Brasileira de Energia Eólica e produtores de equipamentos reclamaram do último cancelamento do leilão de renováveis.
Chamo a atenção para um fato incrível. Uma matéria publicada às 5:00h (No site do Estadão) e até às 13:30h não tem sequer um comentário. Maravilha de hipocrisia coxinha, como a matéria (calcada em fatos) não corrobora (pelo contrário, refutam) suas teses de pós-verdade ignora-se-lhe. Este é o dito “silêncio eloquente”. Uma reportagem devastadora da mentalidade medíocre brasiliana, mostrando causas e efeitos (naturais e/ou humanas). Demonstrando como um governo pode, com planejamento e boa gestão, amenizar o sofrimento de um povo e de quebra dinamizar a economia. Tudo isso dito por um instrumento do Bolivarianismo Sul Americano, uma tal de Consultoria Tendencias, que deve ser só mais um braço da Fundação Perseu Abramo.
Para os PATETAS GOLPISTAS, pobre e nordestino não são gente. Gente, para estes lixos humanos somente a massa cheirosa da tatanhenta.
“O Nordeste teve ganhos de renda baseados em crédito e em programas sociais. Só que não fizemos nada para promover os avanços na produtividade para que essas conquistas fossem perenes”, afirma o pesquisador José Ronaldo de Castro Souza Júnior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo ele, não se investiu em educação e saneamento para melhorar e desenvolver a região. “O resultado é que se tem uma convergência no curto prazo, mas depois volta o que era antes.”
Sem mais, meritíssimo…
Esse jornalão é dirigido sem dúvida alguma, por pessoas sem qualquer CARÁTER.
Publicam uma “reporcagem” dessas como se fossem solidários a problemática regional do Nordeste brasileiro, ou como se o Nordeste brasileiro precisasse de piedade. O Nordeste brasileiro precisa sim, mas de Políticas Publicas como as adotadas nos Governos LULA/DILMA.
Ora, mesquinhos mesquitas, são vocês quem conspiram constantemente contra os brasileiros de maneira a perpetuar um Brasil em flagelos…
São vocês mesquinhos mesquitas simplesmente GOLPISTA, ENTREGUISTAS, APÁTRIDAS E TRAIDORES DO POVO BRASILEIRO.
É que vocês sejam ver o Brasil SEMPRE de quatro…
CANALHAS!!!!
Muito se fala sobre o Nordeste apenas porque cabe em sua lógica pessoal, ou repete-se de ouvir falar. A imprecisão e o chute em ensaios, artigos e estudos sobre o Nordeste é contumaz. “O Nordeste teve ganhos de renda baseados em crédito e em programas sociais. Só que não fizemos nada para promover os avanços na produtividade para que essas conquistas fossem perenes”, afirma o pesquisador José Ronaldo de Castro Souza Júnior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo ele, não se investiu em educação e saneamento para melhorar e desenvolver a região. “O resultado é que se tem uma convergência no curto prazo, mas depois volta o que era antes. O que o pesquisador não sabe é que foram feitas inúmeras iniciativas contributivas um mesmo esforço gigantesco para fazer com que todas as políticas sociais se transformassem em sementes de uma transformação permanente. Ignorar isso é uma falta que desautoriza qualquer estudo sobre o assunto. Inúmeros programas completares foram desenvolvidos e implementados. E quanto à educação, nunca em tempo algum o Nordeste vivenciou em tão pouco tempo um avanço tão grande. Se você percorre as rodovias dos mais afastados rincões lá estão pelas estradas, dia e noite, turmas e mais turmas de estudantes fardados se deslocando para casa ou para a escola, num espetáculo completamente inusitado. A educação, tanto básica como superior, entrou profundamente no Nordeste e esse fenômeno é muito recente, mas já transformou completamente a região. Do mesmo modo, o saneamento básico e a generalização da noção de sanitarismo tem transformado profundamente o Nordeste. Ela não chega a ser uma calamidade, já que a própria incidência solar, por si, é um potente desinfetante, o que a diferencia de regiões como a de Blumenau, Santa Catarina, onde o ar é úmido e a rede de saneamento básico cobre apenas 30% do município.