No news, badnews. O ditado bem poderia ficar assim, invertido, para descrever o que se passa com os aspirantes a 3ª via na eleição presidencial do próximo ano diante de uma nova pesquisa presidencial, a da XP Investimentos que, por quem a encomenda, já retira qualquer ideia de esquerdismo e, ainda por cima, é telefônica, o que é sempre pior para os candidatos de eleitorado de mais baixa renda.
Lula segue crescendo e abre 9 pontos de vantagem sobre Bolsonaro no segundo turno (45% a 36%), mas ele não dá sinal de estar se dissolvendo para que outro candidato possa substituí-lo no enfrentamento do ex-presidente petista.
Ao contrário, a soma dos demais candidatos cai desde a penúltima versão da pesquisa – de 30% para 25% -, em apenas um mês. Ou menos ainda, porque do elenco da aspirantes a tertius, três estão, aparentemente, fora do páreo (Moro, 7%; Huck, 4% e Boulos; 2%). Portanto, restariam 12% para os ainda em disputa: Ciro (6%) Mandetta (3%)e Doria (3%). A diferença na soma deve-se a arredondamentos, claro.
Ciro, que estreou o marqueteiro João Santana nas redes sociais, pelo visto, “cresceu como rabo de cavalo”: para baixo. Um resultado previsível diante de sua opção de fazer do antilulismo o carro-chefe de sua campanha, o que parece já está sendo revisto, tamanho o desastre que foi.
Doria já se foi, sem nunca ter ido. Bolsonaro o destruiu, mas este talvez tenha sido o maior dos erros do ex-capitão em sua estratégia de assassinar adversários. Uma parte do eleitorado conservador – mas não bolsonarista – poderia ser amaciada no primeiro turno com um voto em Doria, como estágio para uma transferência para Bolsonaro num segundo turno. Bolsonaro resolveu desmontar o governador paulista e certamente levou muito do seu eleitorado, mas acendeu a rejeição entre tucanos, o que lhe pode ser fatal.
Mandetta tem a resistência de um pedaço de giz aos atritos de campanha e perdeu a chance de sair-se como herói do palco da CPI, onde não teve força para se impor como adversário de Bolsonaro. E o DEM, seu partido, tem o destino bolsonarista traçado, o que o deixa sem partido, do qual, aliás, nunca foi um dos líderes.
Lula, ao contrário, vai “fechando” os partidos com ele. Com a entrada de Marcelo Freixo no PSB, praticamente garante a coligação com o partido. Com o PSD, também, ainda que com este seja um acordo de 2° turno, mas talvez antes.
Enquanto Bolsonaro sequer consegue “fechar” com o Patriota, um partido sem bancada ou expressão.
Tudo isso, adiante, será tempo de televisão e, se houver, como frequentemente há, uma esporulação de candidatos nanicos, vai faltar para aspirantes a serem a 3ª via, que cada vez mais parece um beco sem saída.