O agouro de Merval

É grave a crise.

Quando Merval Pereira, começa a colocar em dúvida a continuidade do governo Bolsonaro, é sinal de que, no meio do “mercado”, já se dá como “inspirando cuidados” a situação do presidente que nem completou ainda três meses de governo.

É assim que ele encerra hoje sua coluna em O Globo:

As crises se sucedem, com fatos novos diários a corroer a institucionalidade de Bolsonaro. A ponto de já se falar abertamente na possibilidade de o vice, General Hamilton Mourão, vir a assumir o governo caso a reforma da Previdência não seja aprovada e a economia continue em crise, com o país ladeira abaixo.

Cabem duas leituras do que diz Merval.

A primeira é a de que se coloca a aprovação da reforma previdenciária como condição para não cairmos numa, na prática, ditadura militar.

A segunda é a de que a direita, com todos os poderes na mão – Presidência, Congresso e Justiça – não tem forças para implantar seu projeto de terra arrasada sobre o Estado brasileiro.

Nem mesmo com o apoio unânime de toda a mídia, não conseguem fazer o horrendo parecer esperança.

A direita brasileira tem propostas tão ruins e cruéis oara o país que nem com o terrorismo que fazem sobre a população consegue se fazer palatável.

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33 respostas

  1. Ainda há outra leitura: para se aprovar a reforma da Previdência, só se Mourão assumir e escancarar a ditadura de vez, fechando o Congresso. Nenhum congressista vai querer arriscar seu eleitorado com as eleições municipais (base do poder político da maioria deles) batendo à porta.

    1. Só existe uma leitura para a frase “Mourão assumir” – golpe de Estado. Impeachment no primeiro ano de mandato resulta em nova eleição. O artigo do Brito me traz esperanças, porque sei desde janeiro que Bozo não chega ao final do ano; a dúvida é: as forças golpistas (todas) perceberam que o projeto que estão executando mata o país chamado Brasil e decidiram jogar a toalha ou… vão cometer suicídio e levar tudo até o apocalíptico fim? (Adendo: comeco a entender o silêncio tumular da esquerda… é estratégia pura…)

      1. A esquerda e o PT estão como urubu esperando a carniça do governo natimorto! Vão dar com os burros nágua mais uma vez !

          1. Com o ambiente de criminalização a que foram expostas? Sinta-se feliz se tivermos um “renascer” da esquerda, no contexto de legalidade…

          2. Esquerda? Aquela linha ideológica que foi perseguida, encalacrada, desmonetizada, processarada, traída, moída, sangrada, julgada, esquartejada, presa, torturada e posta de lado para morrer no olvido muda e amordaçada por cada jornal, revista, TV, rádio, blog ou portal desse país, país este agora tostalmente de direita do Oiapoque ao Chui, do Caco Branco até a Cabeça de Cachorro, do Rio até o Pico da Neblina? A esquerda está como vocês lutaram para ela ficar – morta, enterrada e presa. Nem pense em culpar a esquerda por essa merda que vocês lutaram com a própria vida e com a minha para produzirem. A RESPONSABILIDADE desde 28 de outubro de 2018 é toda de vocês. O que os Cidadãos de Bem pretendem fazer, além de culpar a esquerda?

        1. Sinceramente, acho que a turma do MERCADO (que patrocinou a coisa toda), prefere que o Mourão assuma antes que o navio da economia vá pro fundo…….Só quem é muito ingenuo não percebeu, que o general vem avançando posições em várias frentes (com o empresariado, sindicatos, embaixadores….) enquanto o presidente e seus apoiadores diretos se afundam em escandalos, suspeitas de acordos com milicias, brigas de partido etc..etc… Se a economia afundar, esse governo já era…..Teremos turbulencias nos próximos meses.

      2. Lamento tirar sua ilusão, mas convocação de novas eleições, só se o presidente E O VICE forem afastados do cargo. Se for para unir a militância em torno de uma causa, que seja a da cassação da chapa.

        1. Tem razão, eleições só ocorreriam com a impugnação da chapa. Mas essa seria uma das possibilidades que CNMorais nos coloca, ou seja, as forças golpistas jogarem a toalha. Não é impossível que entre os golpistas haja forças que já tenham percebido que nem o ogro nem os gorilas serão capazes de capazes de segurar esse rojão e que seguir com essa aventura custará muito caro a todos.

      3. Tenho a mesma intuição. (sobre sua frase entre parêntesis)
        Também acredito que a esquerda está no silêncio justamente proque não é hora de colocar as maguinhas de fora e espera o timing para agir.

      1. As vezes é necessario piorar muito para melhprar. Vamos esperar a caganeira dos milicos. Pois o Bozo já era!

    2. Vontade eles tem. Lhes falta condições políticas para isso. Internas e externas. Senão, já teriam escancarado a ditadura.

      1. Concordo. E digo mais: também falta um Golbery do Couto e Silva, para dar norte às vacas fardadas que ora ocupam os altos cargos do gabinete. Afinal, estrategista não ganha este título nos cursos do prof. Astromar, o demente de Richmond.

      2. Não crei nem um pouquinho que o Bostoaro dure mais de tres meses e esta gentalha que o irá substituir não terá cacifre pra levar avante esta empreitada.
        Sifu!!

  2. Vamos de novo: Bolsonaro cai até o final do primeiro semestre. Já perdeu toda a credibilidade (sic) que tinha entre os bolsominions. Entrará para a história como o presidente que teve o menor mandato na história do país e como o mais despreparado. Amém!!!

  3. Os/as canalhas, canalhas, canalhas fazem a(s) canalhice(s) e depois apresentam as únicas “opções” possíveis. Se não tivesse vivido aquela época da ditadura milica (como menino mas já atento às patifarias da mídia, do JN), diria que esse desgoverno é pior do que a milicagem/molecagem (no pior sentido) de 64, mesmo porque, para sobreviver, ameaça: ou o desgoverno (governo títere do fascismo imperialista estadunidense, capetalismo transnacional e bebedeira/sandice astrológica) ou retornar os anos de chumbo…

  4. Eu entendo que a Globo namora o Mourão. Dia desses, o cidadão foi entrevistado na Globonews, com toda a bajulação que seus “comentaristas” são capazes. Não esquecer que a Globo e militares se amam. E tenham certeza que essa alternativa terá apoio popular. Futuro verde-oliva à frente.

  5. Algumas vezes Mercado e Grande Imprensa discrepam. Por exemplo, logo após o escândalo de Joesley, quando os tucanos e seus irmãos siameses na Grande Imprensa quiseram se desvencilhar da imagem “temerária” do governo golpista e dos custos eleitorais para aprovar a reforma da previdência. Os dois se uniram a Globo e Folha para tentar derrubar Temer (como o escorpião, está no DNA tucano), para aparecer de “cara limpa” e “cheirosa” nas eleições do ano passado, começaram a atacar o primeiro governo golpista e ilegítimo de Temer. O Mercado, pragmático, de olho na reforma e corretamente desconfiado das possibilidade de vitória dos cardeais tucanos e de seus puro sangues, tratou de apoiar Temer, manter seu governo e sua agenda de reformas e começou seriamente a pensar em montar na besta de “Rio das Pedras” da Barra.

  6. O ultimato é claro: ou aprova o fim da Previdência, ou sai de campo.
    Mourão já está no aquecimento há tempos.
    A percepção de que os bolsonaristas (PSL) estão fazendo “corpo mole” é o motivo dos puxavões na coleira do fantoche.
    Ou dá, ou desce! É a voz do deus mercado às milícias talibãs.

  7. Eu já fico com uma segunda “outra leitura”: pra mim, deputados e senadores estão jogando para a platéia colocando no ar um balão de ensaio. O objetivo, no fundo, é aumentar o valor a ser oferecido pelo governo para votarem essa aberração chamada reforma da previdência.

    1. Sim, Guimarães. O congresso quer, diante das trapalhadas e incompetência do bozo, aumentar o seu cacife. Vai rolar muita grana para deputados e senadores e, por fim, vão aprovar a previdência e outras reformas. Bozo governará até o fim do mandato ou o Mourão, o que não faz a menor diferença, e terão muitas chances de fazerem o seu sucessor por terem cumprido as tarefas a que vieram. Não acredito em reação popular, pavio aceso, barril de pólvora. Não há fatos recentes ou antigos que mostrem o povo revoltado mudando o que quer que seja. Não no Brasil. Erra-se menos sendo pessimista.

  8. Há duas formas do capitão Bozo cair. A primeira é por um golpe palaciano, colocando Mourão no lugar dele.
    A outra forma é através de mobilização popular, greve geral por tempo indeterminado. E não acho impossível que isso ocorra. Os professores já estão em greve em quase todo o país. Metalúrgicos em pé de guerra. Os brasileiros estão sentindo na pele qual é a intenção desse governo. Há um cheiro de gasolina no paiol de munição. Uma faísca, e tudo explode.

    1. Não acho nenhuma das duas hipóteses acima viáveis e sim o Bozo irá pro lixo com Mourão e tudo, pois ninguém segura uma economia de um País em pandarecos.

  9. Nós sempre estivemos tutelados por milicos desde a redemocratização. Eles nunca se foram, sempre ficaram rondado por aí feito urubus VO (verde oliva na carniça. Com o golpe na Dilma eles embarcaram no trem do Temer e a coisa q era oculta ficou já meio q escancarada. Desde então tudo está na mão dos conservadores. Nunca mais haverá uma ditadura como a de 64. As pessoas não tolerariam ficar sem internet, Facebook etc Mas existem maneiras e maneiras de fazer uma determinada coisa. E eu creio q desde Temer já estamos abaixo de alguma forma de ditadura. A digamos única resistência dentro da estrutura de poder vem da imprensa escrita q pouca gente lê e mesmo assim é parcial já q os donos da imprensa apoiam por exemplo a reforma da previdência. Não seria fácil Mourão derrubar Bolsonaro no início de governo. E os eleitores de Bolsonaro o q fariam?! E entrando lá Mourão talvez limpasse o núcleo lelé mas não imagino ele pondo no ministério da familia outro milico e perdendo o apoio da crentaiada. Tb não vejo possível abusar da truculência já q o país ficaria desmoralizado perante a comunidade internacional e a legião de vizinhos hipócritas q está agora se metendo na Venezuela teria q por dever de coerência fazer o mesmo com o Mourão

    1. As idiossincrasias entre os grupos que foram arrebanhados para o golpe sempre foram visíveis, o que nunca inviabilizou o mesmo. E não custa lembrar que os religiosos fanatizados e os acéfalos bolsominions não tem divisões, parafraseando Stalin, logo não contariam no caso de uma virada de mesa. A disputa se daria entre grupos detentores de poder, seja o financeiro, seja o militar. É aí que a porca pode torcer o rabo: embora o bloco financeiro tenha no bolso do colete a parte cesarista do Judiciário e as empresas de comunicação, fontes de poder político, há a questão da postura das tropas. Afinal, o oficialato sempre desprezou o mulo-sem-cabeça, aceitando-o por pragmatismo apenas. Mas os praças das três Armas, além das polícias e grupos armados congêneres (seguranças, p.ex.), têm verdadeira veneração pelo cara. E tropa não obedece a general de pijamas; a questão é se obedeceria aos seus comandantes fardados, em caso de derrocada do mulo. Correríamos o mais sério risco de conflito social de nossa história, pois o confronto poderia se dar por insubordinação dentre os detentores das armas, numa espécie de tenentismo de baixo quilate. Quanto à coerência, geopolítica não prescinde dela para manter distância de tamanha encrenca. Os vizinhos espertos não se meteriam neste embrulho, esperariam terminar a matança para negociar com o lado vencedor, fosse quem fosse. Assim como os “irmãos” do norte. A nós, caberia sobreviver e contar as vítimas.

  10. Na minha opinião o Bozo não dura mais três meses no Governo e os militares não tem cacife de assumir uma economia caindo aos pedaços. Observem até dentro da sua casa, quando está correndo tudo bem é fácil, mas!!

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