O Bolsonaro do grafeno devia ouvir sobre o que o faz ser uma riqueza

Lembram do grafeno, que o sr. Jair Bolsonaro vem apontando como uma das riquezas que o Brasil deve explorar e desenvolver? Chegou até a fazer uma “aulinha” com uma “cola” na mão – cheia de erros –  para explicar o potencial desta substância retirada do grafite e, claro, na sua visão simplória, dizer que são os índios os culpados do Brasil não explorar esta riqueza.

Não, “seu” Jair. Para começar, as maiores reservas de grafita não estão onde ele aponta – o Vale do Ribeira, em São Paulo -, mas no Norte de Minas Gerais e na Bahia, havendo também reservas ainda não totalmente dimensionadas no Ceará. Nem existe grafite com “alto teor de grafeno”, existe é dificuldade tecnológica e de investimento para produzir o grafeno a partir do minério de grafite.

O volume de grafite nas reservas de um país é, por certo, importante, mas não é o fator mais relevante, poque o grafeno é uma estrutura da espessura de um único átomo, de modo que 1 grama dele pode cobrir um campo de futebol inteiro e que 3 milhões de camadas de grafeno empilhadas têm altura de apenas 1 milímetro.

O que impede o Brasil de avançar neste setor é a produção de conhecimento e o financiamento de seu emprego na indústria. Nenhuma empresa brasileira, apenas universidades, trabalham com  estudos de aplicações de novas formas de carbono. Uma das univesidades é a Federal do Paraná, aquela de onde a turma do Bolsonaro arrancou a faixa onde se lia “Em defesa da Educação”.

Lá trabalha Aldo José Gorgatti Zarbin, PhD em Físico-Química, que coordena um projeto internacional com 38 pesquisadores brasileiros e  pesquisadores estrangeiros de 43 Universidades e/ou Institutos de Pesquisa de 14 países (Alemanha, África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, China, Espanha, EUA, França, Índia, Inglaterra, Itália, México e Portugal) com pesquisas envolvendo nanoestruturas de carbono – nanotubos, grafeno, óxido de grafeno, nano-grafite, fulerenos, que são como a ligação das bordas de uma folha de grafeno, formando uma estrutura tridimensional, de grande potencial biomédico e em nano estruturas para acumulação e conversão de energia.

Estudo  financiado pelo Capes, um destes que,  se não foi cortado, está para ser.

O “seu” Jair, portanto, devia escutar o que ele diz, se dá tanta importância ao grafeno. Pois o Dr. Aldo, não fala de grafeno, fala do que faz o grafeno ser uma riqueza: a ciência, a tecnologia, as capacidades que um país adquire com a Educação.

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20 respostas

        1. tbm pode ser, vai sabe, né mesmo?

          mas que ele gosta de capim de pasto, isso é fato

    1. Rita, também não vale diminuir as “virtudes” do Bozo.
      Ele entende muito de: pênis, gay, “fazer arminha com a mão”, desviar dinheiro de assessores.
      Tb entende muito bem de brincar de estátua: ficou 28 anos como deputado e apresentou 2 projetos…..
      Vamos ser honestos com o Bozo (embora ele não mereça).

  1. O representante mais expressivo dos BUCEFALOS,aparentados com os BISÕES,cujo representante máximo, é o GUIA DO ALUDIDO BUCÉFALO NATIVO,O TRUMP,que é também,CÚMPLICE DO BÓSTONARO,junto com o BANDO DE IRRESPONSÁVEIS QUE VOTARAM NELE.Se alguém indagar,como se elegeu,com os votos de uma matilha de RECALCADOS COM A VIDA,e que ODEIAM POBRES E OS QUE OS DEFENDEM.O insucesso pessoal,para muitos,os leva para o CAMINHO DO ÓDIO.

  2. Como se dizia aqui no nordeste pelos mais velhos , ” É sebo na cabeça de burro ” .

  3. Bolsonaro fala como se o grafeno fosse uma espécie de minério a ser escavado, transportado em grandes vagões de trens e exportado in natura a 1 milhão de dólares o grama…

  4. Coisa mais triste de se ver! Tem razão o Meste em achar que pouca importa como chegamos aqui.Necessário e urgente é saber como sair dessa parada indigesta. Talvez somente com os poderes da República agindo em prol do nosso futuro, desconectando essa corja de jumentos do Sistema.
    Ver Toffolli se reunindo com esses boquirrotos para nada que nos interessa é um fato deplorável. Como Presidente do STF, não apenas ele, mas todos os ministros dessa Corte, a OAB, e tantas mais instituições soberanas, deveriam se debruçar contra esses cortes de gastos no Ensino Público, afetando a alma do Saber, apequenando a Ciência e a Tecnologia brasileiras, justo quando o Brasil mais carece de se desenvolver economicamente.

  5. Estão ambos errados, o Bolsonaro e os cientistas em achar que uma curiosidade científica que já está a 20 anos por aí sem nenhuma aplicação fora do Lab vai servir pra alguma coisa… O Bolsonaro é por ignorância e os cientistas por arrogância! A classe acadêmica universitária acha que a solução para tudo é investir 99% do PIB em pesquisa e universidades. Ignoram que o Brasil é um país pobre com um dos piores ensinos básicos do mundo apesar de investir proporcionalmente como um país de 1° mundo. Cientista não consegue fazer nada se não for berrando e usando dinheiro roubado do povo pelos impostos… E no fim trazem pouquíssimos resultados práticos para o Brasil… A discussão deve ser muito mais profunda do que essa: Bolsonaro vs Educação, isso é invenção, absurdo, é raso… Mas não espero muito da nossa classe “intelectual”. A discussão tem que ser fundamentalista, ética, pq os cientistas e “educadores” estão se achando os salvadores da pátria e todo o resto é inimigo, isso só pode ser herança do modo esquerdista de governar… Fico muito triste com a superficialidade que os membros da academia chegaram, se tornaram verdadeiros especialista strictu sensus que ignoram a realidade e se fecham em suas bolhas…

  6. Não vcs estão com mortadela nos ouvidos? Nióbio, Nióbio, é o Nióbio q o Mito falou,e sim desenvolvimento de tecnologias para extrair o grafeno.

  7. Bolsonaro pensa assim: Prá quê conhecimento brasileiro, se nos Estados Unidos já há todo o conhecimento necessário?

  8. Bolsonaro pensa assim: Prá quê conhecimento brasileiro, se nos Estados Unidos já há todo o conhecimento necessário?

  9. Emociona o grito de alerta do prof°.Como se pode ter um ministro da educação,que é inimigo das universidades,centros de pesquisas,inovações e tecnologias?!E que ainda maltrata nosso idioma!

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