O Bolsonaro real é o da tia do Zap da igreja ou o do lutador de MMA?

Ontem à noite, por transmissão de vídeo, Bolsonaro pedia votos para evangélicos na Igreja Batista Filadélfia, no bairro da Caixa D’Água, em Salvador. Hoje cedo, estava numa academia Alliance, na Vila Olímpia, zona sul de SP, reunido com lutadores de MMA.

Em tese, públicos antagônicos, quase, pela falta de afinidade, em tese, entre irmandade religiosa e lutas de “vale tudo”. A uns, deu nada, apenas os gritos de Deus, Pátria e Família e, aos outros, no máximo a redução dos imposto das “bombas” que tomam para aumentar a massa muscular.

Mas Bolsonaro é “mito” entre ambos. porque, afinal, é o homem que vai combater o comunismo que, nem em um lugar ou em outro, já foi visto sequer de longe.

Tudo amparado, se faltam argumentos a favor, na palavra mágica “ladrão”, uma espécie de coringa cognitivo que se usa para desqualificar Lula, mesmo que 26 vitórias judiciais amparem a frase que até William Bonner tem de dizer ao ex-presidente: “o senhor não deve nada á Justiça”.

O que faz este Bolsonaro ser adotado como líder por gente tão diferente e, em tese, com interesses e prioridades tão distintos?

Porque os Bolsonaro são, no mundo da comunicação, muitos. São Legião e um para cada grupo, quase um para cada indivíduo, para encaixar-se nas suas ideias, nos seus medos, nas suas frustrações e, no fundo, em sua solidão.

Numa simplificação, os algoritmos, os mesmo que fazem você procurar o preço de um liquidificador e ver suas próximas visitas na internet terem as páginas povoadas ou anúncio destes e de outros eletrodomésticos ou, ao abrir um vídeo contra Bolsonaro ser atropelado por um comercial do próprios, o qual você tem de esperar alguns segundos para livrar-se.

Reproduzo, porque achei muito inteligente e didático, o vídeo do canal Normose, que ajuda muito a compreender este mecanismo que, ao dar ao solitário o sentimento de pertencimento a uma maioria, transforma-o num fanático, mesmo que não se considere apenas um homem normal.

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