O caso UERJ e a “Justiça” que molda o Direito

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Ontem, por escassa e preocupante maioria de seus professores – ainda que por “capote” entre os alunos – um plebiscito decidiu que a Faculdade de Direito da UERJ permanece junto à Universidade, em lugar de ser transferida para um prédio pertencente (e vizinho) ao Tribunal de Justiça do Estado.

Luiz Fux e Luís Roberto Barroso (este dissecado num ótimo artigo de Luís Nassif), professores da instituição, foram, por enquanto, derrotados.

Não se trata, é óbvio, da questão da mudança de prédio: afinal, a Faculdade de Direito já funcionou fora de um campus – a Uerj não teve um à altura de seu tamanho, nem mesmo quando era a UDF, Universidade do Distrito Federal e só o teve no final dos anos 70, quando foi concluído o conjunto de prédios que os cariocas mais velhos, como eu, conheceram como a “Favela do Esqueleto”, no tempo em que os pobres sem moradia não eram os “sem teto”, embora já fossem sem teto e “incendiáveis”.

Trata-se de uma horrenda submissão da ciência do Direito e seu estudo à apenas uma parte dos que com ela lidam, profissionalmente: os juízes.

A Faculdade de Direito, arrancada do organismo universitário, viraria um apêndice do Tribunal e, portanto, da corporação dos juízes.

As justificativas do projeto eram, claro, de ordem técnica e econômica. Os alunos ficariam “mais perto” de serem aproveitados como estagiários do Fórum, terem cursos ministrados por juízes e até mesmo fazerem ali a sonhada “preparação para o concurso de juiz”. Além da “janotice” que Luís Fux usa para justificar a mudança:

-É como uma pessoa que se veste bem para receber alguém; o imóvel do TJ tem instalações que trarão para o alunato dignidade e reverência. Os universitários vão se sentir prestigiados neste ambiente de estudo; e a nova sede daria também maior visibilidade para a faculdade.

Não é incomum que as escolas de Direito das universidades públicas sejam mantidas com o que se desejava fazer com a UERJ: apartadas dos campi universitários. A manutenção delas nos prédios originais, onde nasceram como escolas isoladas, reflete a ideia de que a ciência jurídica não dialoga com as demais e que seus “praticantes” não se misturam com o mundo real.

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17 respostas

  1. Como ex-aluno da Faculdade de Direito da UERJ, sei muito bem o que a proposta significa! Ficar mais próxima da zona sul, onde mora a elite judiciária do Rio. Quando lá estudava, dos quarenta alunos, dois moravam acima do bairro Maracanã, eu em São João de Meriti e outro na Pavuna. Ainda bem que na época, nem Fux, Barroso e J.Barbosa não eram professores !

  2. Parabéns aos alunos pelo capote! A Faculdade de Direito da UFG é isolada da maioria dos cursos ofertados pela universidade, o que gera um distanciamento enorme do salutar ambiente universitário!

  3. De fato, a faculdade da UFRJ (em frente ao Campo de Santana) é outra que também fica afastada do restante.

    1. A UFRJ tem uma configuração que não tem nada de universidade, é um bando de faculdades isoladas em prédios distantes, mesmo na Cidade Universitária a integração entre cursos é muito baixa quase nula, a pluralidade de pensamentos passa longe, infelizmente.

  4. Infelizmente a classe jurídica se acha acima de todos e um caso a parte. Nada mais falso! O Direito serve á sociedade e não o contrário!!!

  5. Dois do mais nefastos ministros(sic) do stfede.
    Ambos indicados pelo PT.
    Triste para não dizer trágico.

  6. Velhos tempos do Chagas Freitas, Moreira Franco e Fuxes e Barrosos a cantar!

  7. Eu tô com nojo desses dois aristocratas burgueses togados com pensamento imperial da metade do século XIX.

  8. Um absurdo tentar ” salvar ” a Faculdade de Direito e negligenciar a UERJ como um todo. Se são Ministros, Juízes e Professores da UERJ ,que tenham dignidade para lutar pela Universidade inteira. A Faculdade de Ciências Médicas da UERJ era a melhor e mais difícil de ingresso. A melhor Medicina do Rio de Janeiro com mais alta relação candidato- vaga no vestibular foi a UERJ. Lutem todos pela Universidade e não apenas por parte dela !

  9. Descobri que o Fux não sabe usar os sinais de pontuação. Volta pra escola, ministro!

  10. É uma tentativa de mudar a filosofia de ensino, enfraquecer estudos de CLT e a CF88. Facilitar a “escola ultra direita” na formação. Em outras palavras, doutrinar e perpetuar o pensamento lavajateiro no judiciário, que quer governar o país.

  11. Coisa típica da elite, a UERJ precisando duma ajuda integral pra sobreviver institucionalmente como universidade e uma turma de privilegiados tentando aproveitar-se da situação pra extirpar a Faculdade de Direito de lá. A Faculdade de Direito lá já recebe inúmeros recursos privados (foi a primeira a ter ar condicionado nas salas e equipamentos de audiovisual pras aulas, por exemplo, já nos anos 90) lá no Maracanã mesmo, esse papo de tirar de lá é uma falácia, querem isolar pra manipular as mentes e isolar os estudantes de uma visão mais plural de mundo que só uma universidade dá.

  12. A disputa de forças no Brasil atualmente são:
    Juízes: Querem governar o país onde os líderes máximos são obtido a partir de concursos públicos para juízes.
    Forças Armadas: Pelo voto, com Jair Bolsonaro. Se Não conseguirem, podem dar um golpe.
    Evangélicos: Uso da fé e de seus fiéis para conquistar o poder pelo voto ou se aliando a golpes contra a democracia e criar uma teocracia nos moldes de 500 anos atrás.
    Ruralistas: Geralmente indicam os vices ou se aliam a partidos de direita.
    Mercado financeiro: Também chamado de centro direita.
    Lula + Boulos + Manuela. Democracia e governo para todos.

  13. PARA SE SALVAR DA HECATOMBE FASCISTA DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO, MELHOR SE MANTER À DISTÂNCIA…
    QUANDO A DEMOCRACIA VOLTAR, SERÁ PRECISO TRAZER OS REIZINHOS E PRÍNCIPES DO PARTIDO NAZI-JUSTICIALISTA MAÇÔNICO DO BRASIL DE VOLTA À PLANÍCIE DA DEMOCRACIA, NEM QUE SEJA À GOLPES VIOLENTOS E FATAIS DA LÂMINA AFIADA DE UMA NOVA CONSTITUINTE !
    FERRO NO JUDICIÁRIO GOLPISTA!

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