O dedo de Queiroga é a espícula do ridículo

O teste positivo de Marcelo Queiroga para a Covid-19 é um irônico castigo para uma autoridade sanitária que não pratica as medidas que, em tese, deveria defender.

Como o ministro apresentou um teste negativo para viajar a Nova York, é muito provável que tenha contraído o vírus de um dos integrantes da vasta e perdulária comitiva presidencial. Talvez, até mesmo no avião presidencial onde, a começar pelo “chefe”, ninguém usava máscara.

É claro que qualquer pessoa, mesmo vacinada, está sujeita a contrair o coronavírus e tudo indica que não haverá maiores complicações com o ministro – e ninguém o deseja.

Mas é evidente que o diagnóstico positivo vira mais um “mico” para um governo cujo líder foi, na manhã do mesmo dia, à tribuna da ONU sugerir suas poções mágicas contra a Covid.

E para um ministro que, sem nenhuma compostura, esticou, num gesto de ofensa, o dedo médio para um “fuck you” aos manifestantes que vaiavam sua comitiva virótica, mais ainda porque o fez com um saldo de 600 mil brasileiros mortos pela pandemia, mais da metade deles em seus seis meses de gestão.

Quem sabe mesmo fosse uma espícula das várias que tem o Sars-Cov2, pronta a contaminar quem está em volta da condição ridícula que assumiu.

O governo de nosso país – e o país, em consequência – está mundialmente visto como um misto de burrice, fanatismo e irresponsabilidade, ingredientes da fórmula do negacionismo.

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