O divórcio à vista

Nos jornais deste sábado, em meio à fumaceira que vem da crise amazônica à qual Jair Bolsonaro ateou fogo com suas declarações estúpidas, surgem por toda a parte os focos do incêndio que devorou a aliança entre Moro (e a Lava Jato) e o atual presidente.

Já que o presidente aprecia tanto as metáforas amorosas – namoro, noivado, casamento são rótulos constantes que dá às relações políticas – não seria impreciso dizer que, neste momento, Sergio Moro foi posto a dormir no sofá.

Jailton Carvalho, em O Globo, narra o que teria sido a gota d’água no pote cheio de mágoas do convivio entre ambos: o pedido de Moro a Dias Toffoli para reverter a decisão que barrou investigações originadas de relatórios do falecido Conselho de de Controle de Atividades Financeiras – Coaf. Toffoli, claro, só descobriu, depois de anos e anos, que isso representaria uma violação do sigilo bancário e fiscal sem autorização judicial, justamente quando as estrepolias do filho presidencial vieram à tona.

E relata que ‘rolou barraco’, dias depois, quando Bolsonaro chamou Moro ao Palácio da Alvorada e foi curto e grosso com seu ministro: “não pode ajudar, por favor, não atrapalhe!”. A partir daí, Moro, que tinha perdido formalmente o Coaf, perdeu-o de fato e teve de se calar quando o “Mito” começou a desautorizá-lo diante da Polícia Federal.

A ressurreição da Lava Jato, nos últimos dias, a partir de desacreditadas delações de Antonio Palocci é a reação – quem sabe estimulada por ele próprio – da família ante o rompimento iminente. uma espécie de rebuliço para ver se as ruas domingueiras saem em sua defesa.

Aparentemente, em vão.

Moro, que já teve a promessa de tudo, parece viver a agonia de nada mais ter.

Exceto – e não se esqueçam disso – a ambição do poder.

 

 

Fernando Brito:

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      • Sim, são dois terços, entre canalhas profissionais, canalhas de deus, ou pentecostais, e canalhas oportunistas, que vieram na cola do câncer. Em verdade, aquilo é uma grande estrebaria, com dois terços de Incitatus e o restante de cavalariços, estes, em grande parte, sem a consciência clara de suas obrigações para com este país.

      • Se o Moro se retirar para o cafofo do Doria, tanto ele quanto o Dória passarão a ser atacados sem piedade pelos bolsonarianos em fúria, que ainda têm muito poder. Vai ser bem pior que aguentar calado.

  • Bolsonaro Cu Falante não faz metáforas amorosas e, sim, metáforas sexuais, com predileção pelas de violência sexual.

  • DELINQUENTES QUE A MASSA IMBECIL LEVOU AO PODER.
    ESTE DOIS JÁ ERAM,O PROBLEMA SÃO OS IMBECIS ,ELES CONTINÚAM LÁ ,E VOTAM.

  • Quadrilhas são sempre assim.
    Na hora de elaborar e colocar em prática o golpe, se entendem que é uma maravilha.
    Na hora de dividir o butim, começam as brigas.
    No fim, se destroem entre si.
    Vamos ver no que isso vai dar no final.
    A melhor parte é quando vão presos e um começa a jogar a culpa no outro e bancar o inocente ingênuo.
    Lembrando que a grande mídia também faz parte da quadrilha e um dia vai se dar mal.

    • Temos de encurtar esse dia....essa grande mídia precisa se dar mal URGENTE

    • Resumo:

      Bozonazi engana o juiz ladrão a quem promete emprego no STF.

      Juiz ladrão acredita e pede demissão de emprego estável e vitalício.

      Juiz ladrão ganha emprego instável e provisório.

      Bozonazi humilha juiz ladrão.

      E agora? Ou bozonazi demite o juiz ladrão ou o juiz ladrão pede pra sair.

      E o STF?

      Continua como sempre.
      Talvez um pouco melhor sem a praga de Maringá.

  • Bem próximo do julgamento de Lula no STF , me parece mais artimanha dos dois ( são da mesma ninhada ) , nas aparências um não beneficiou o outro , engole essa quem quer . O acordo entre eles continua firme e forte e , se resistirem tudo será cumprido . Eles sabem se um cair o outro irá em seguida . Como foi dito os casais brigam , mas a conciliação é maravilhosa , além do mais eles contam com a nossa péssima memória .

  • EXCLUSIVO - THE INTERCEPT

    ******************

    Secretaria chefiada por Ricardo Salles coagiu funcionários
    O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é um condenado por improbidade administrativa. Já contamos essa história: enquanto era secretário do Meio Ambiente de São Paulo, na gestão do tucano Geraldo Alckmin, Salles pressionou funcionários da Fundação Florestal – o equivalente ao Ibama na gestão estadual – a adulterarem um mapa ambiental. Salles, na época, chamou a reportagem do Intercept de “falsa” e “tendenciosa".

    Sábado, 24 de agosto de 2019

    (...)

    Fonte: https://theintercept.com/brasil

  • Logo logo "ajeitam" um gabarito para ele voltar a ser Juiz?!

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