O DNA autoritário

Se há um traço inseparável entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro é, sem dúvida, a visão policialesca que ambos têm da arte de governar.

O primeiro, assumidamente tosco e bruto, achou que isso se exerceria pela opressão ideológica, transformando parte da sociedade em sua milícia, da qual polícia e Forças Armadas seriam a retaguarda poderosa e intimidadora.

O segundo – tão tosco e bruto quanto , mas a quem se atribui virtudes jurídicas que visivelmente não tem – sonha em fazer o mesmo, mas com Judiciário e polícia ocupando a primeira linha de opressão, amparadas por um sentimento moralista que, em meio à carência, assume o papel de fonte imaginária da prosperidade.

Ambos partilham a visão falida (e oportunista) de que uma sociedade com mais repressão (seja a moral, seja a policial) é o caminho da felicidade das elites, como se fosse possível sem feliz em meio a um mar de desgraças para as massas populares.

São tão parecidos que um morista incorrigível como Merval Pereira, sugere como eixo da campanha do ex-juiz “se contrapor ao Bolsonaro de 2022 e reafirmar compromissos que foram abandonados por ele em 2018”.

Ou seja, ser o Bolsonaro de 2018, um novo cavaleiro do apocalipse, a brandir o arco da morte, a espada da guerra e, como estamos vendo agora, a balança da fome e a jarra da peste.

É para isso que nos querem arrastar, outra vez?

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