O ensaio do “Putsch” bolsonarista

A marcha de Jair Bolsonaro, liderando ministros e empresários, sobre o Supremo Tribunal Federal para que este legitime o afrouxamento das medidas de isolamento social terá, na falta de reação à altura, o ensaio, talvez, da próxima marcha sobre as instituições da república.

Em lugar dos capitães de indústria, ávidos por dinheiro, está aberta a possibilidade de uma marcha do um ex-capitão à frente de militares para implantar o poder totalitário sobre o país. A companhia, neste caso, deixa claro em nome de quem e do que viria este poder tirânico.

O que seria impensável, pouco tempo atrás, está acontecendo.

Vinícius Torres Freire, na Folha, descreve dramática e perfeitamente. o que se passa:

Não importa que maioria qualificada da população diga apoiar ou praticar o isolamento (cerca de dois terços, pelo menos). Quase dois meses e meio depois do início oficial da epidemia no Brasil, não há mais esperança de acordo ou coordenação nacionais do enfrentamento da crise.
Mesmo nesta síndrome aguda de degradação institucional, mortes sem fim à vista, ruína econômica e ameaça autoritária, não há protesto organizado. A elite econômica que não é cúmplice contemporiza. Parte do Congresso barganha 30 moedas de cargos pelo corpo e pela alma do país.

É possível, quase provável, que o Supremo Tribunal Federal, tal como Sergio Moro, acabe sendo devorado pelo monstro que ajudou a criar.

Jair Bolsonaro, como o cabo alemão, também tem generais dispostos a fazer o papel de Erich Ludendorff, seu cúmplice no fracassado “Putsch da Cervejaria”. E possui a vantagem de que não precisa derrubar o governo, apenas a democracia.

Aqui, começa-se a se ensaiar o “um cabo e um soldado” que, para o clã fascista, bastam para tomar o poder absoluto.

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9 respostas

  1. Nunca simpatizei com o Vinícius Torres Freire, mas neste momento grave ele tem razão ao dizer que parte do Congresso barganha por 30 moedas alguns cargos em troca do corpo e da alma do país. O Brasil nunca vai esquecer da ignomínia destes traidores miseráveis.

  2. Nunca simpatizei com o Vinícius Torres Freire, mas neste momento grave ele tem razão ao dizer que parte do Congresso barganha por 30 moedas alguns cargos em troca do corpo e da alma do país. O Brasil nunca vai esquecer da ignomínia destes traidores miseráveis.

  3. Problemas extremos,onde está em jogo a existência de grande parcela da população,exige soluções extremas.
    A história ensina isso.
    Cortar o mal pela raíz antes de que ele cresça e se espalhe.
    Matar o cão para acabar com a raiva.

    1. “Eu sei exatamente o que precisa ser feito para salvar o país. E eu vou fazê-lo”. Que vontade de ouvir e ver isso.

  4. Nunca simpatizei com o Vinícius Torres Freire, mas neste momento grave ele tem razão ao dizer que parte do Congresso barganha por 30 moedas alguns cargos em troca do corpo e da alma do país. O Brasil nunca vai esquecer da ignomínia destes traidores miseráveis.

  5. E não aparece absolutamente nenhuma instituição, nenhum poder dos outros dois que representam a república, ninguém da oposição, ninguém do povo medianamente racional, para enfrentar, confrontar o Cachorro Louco e seus asseclas? Inacreditávelmente, estamos entregando o país à insanidade, sem reclamar, sem discutir, sem qualquer objeção. Que país é esse, que gente é essa?

  6. Brito,
    Infelizmente, pelo o que o que percebo na atual conjuntura, tudo leva a crer que o Bolsonaro, com a ajuda dos seus ministros militares, e seus apoiadores enfurecidos, estão muito perto de dar um golpe de Estado. O final de Semana já está chegando, e neste domingo será o dia de uma nova onda de protestos, lá na esplanada dos ministérios, com a presença de do Presidente, que certamente falará de forma inflamada, instigando ainda mais seus seguidores, que a cada dia estão aumentando muito. Segundo o jornal eletrônico Brasil 247, já há apoiadore de Bolsonaro vindo para Brasília com tratores para passar no STF, e ainda, segundo o mesmo jornal, o ministro da educação xingou nas redes sociais os ministros do STF(Não sei se é exagero deste jornal), mas a coisa está cada vez mais feia. Vamos aguardar este final de semana, especialmente no domingo, onde certamente Bolsonaro se reunirá com os seus seguidores.

  7. Se fosse o Gilmar Mendes o presidente da corte, ele mandaria trancar a entrada. Ele pode ter muitos defeitos. Mas tem a coragem que a maioria daqueles ministros nao tem. Principalmente este aborto que o PT colocou lá.

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