A imagem lá ao final do post é de um vídeo brutal – ao qual não vou dar divulgação por ter mais responsabilidade do que sede de audiência – e que mostra um grupo de rapazes de moto, inicialmente parados numa calçada – sendo agredido por homens encapuzados que descem de dois automóveis, com facões e tacos de basebol.
Nem mesmo na capa do blog a quis colocar, porque me dá nojo. Preferi mostrar como esta é uma história recorrente, com esta foto fantástica (tirada do blog de Mário Magalhães) do craque Luiz Morier, em 1983, pouco antes de Brizola assumir o governo do Rio de Janeiro.
Não dou maiores detalhes sobre quem foi ou onde foi porque o vídeo não os contém.
A advertência que o acompanha é sinistra: “Antes de roubar, antes (de) furtar, antes de traficar ou antes de andar com quem anda errado, pense bem para näo sofrer as consequências. E isso é pouco!”
É esse o tipo de comportamento que foi chamado de “compreensível” pela apresentadora Rachel Sheherazade pela TV, em todo o país.
Mas sejamos justos, não é a Barbie da direita a maior responsável por isso.
É a elite brasileira e o caldeirão de brutalidade em que ela embebe a alma do povo brasileiro.
Ela transformou o mais importante elemento de formação cultural da população em uma mixórdia selvagem.
A Barbie é só uma mocinha ambiciosa, que descobriu que sua pequenez mental pode ser lucrativo objeto de marketing.
É fácil, facílimo, remar a favor da maré da estupidez e dizer que quem prega a santidade do ser humano é “defensor de bandidos”.
Mas ela é só a ponta de uma imensa máquina de comunicação que vem ensinando brutalidade, egoísmo e desapreço pelo Estado aos brasileiros e, sobretudo, aos jovens.
Governos e políticos são todos corruptos, sem exceção. Ou sem exceção na esquerda, ao menos.
O sucesso é ser celebridade.
O Estado é ineficiente, incapaz, inútil.
Os homens e mulheres que não desejam que seus filhos cresçam e vivam num mundo onde os conflitos são resolvidos com tacos de basebol são “defensores de bandidos”.
Quem acha que os meios de comunicação não devem se prestar à incitação do crime por milicianos e “justiceiros”, policiais ou “bombados” de classe média, é “defensor de bandidos” e acusado de pretender “a censura” da imprensa.
Os políticos, quase todos, ou embarcam nessa “onda” ou se calam, amedrontados diante do poder midiático. Nem o PT – em geral – quis meter a mão nesta cumbuca.
A civilização é a barbárie, por falta de quem queira dizer que a barbárie é o caminho de volta à selvageria.
Sem política, sem polêmica, sem coragem, o Brasil de classe média que buscamos construir para todos os cidadãos será uma selva.
Mandará na cabeça do povo o mais forte ao lhe falar.
E a juventude será um triste retorno aos tempos desumanos contra os quais lutamos.
Os encapuzados nos linchamentos são como os black blocs dos quebra-quebra: são donos egoístas da razão, da verdade e da deformidade a que chamam Justiça.
A mídia os faz. mas não os controla.
As nossas elites e os subprodutos de seu pensamento de “ordem e repressão” são, antes de tudo, burras.
As cercas, as grades, tanto prendem que está fora quanto quem está dentro delas.
E não percebem, as nossas elites, que seus cães, quando mal se espera, acabam mordendo os filhos de seus próprios donos.
9 respostas
E pensar que o embrião de tudo isso foi o ‘inocente’ Você decide, programa pioneiro da redse Goebells, hoje mais aperfeiçoado pelos BBBs, Cidade Alerta, Datenas e que tais. É pelo pior termômetro que eles formam uma opinião: a emoção ou paixão. Ou mesmo um simples entretenimento sobre a miséria alheia. Gerador de erros humanos, de linchamentos ou de ‘amores’ aos heróis da hora.
Interpretação da matéria de Rodrigo Constantino, na Veja: “Nós” não podemos ser como “eles”. “Nós”, que “escolhemos” ser brancos, conservadores, legalistas, estudiosos e portanto aquinhoados, somos incomodados por “eles”, somos CONTRA “eles”, que “escolheram” (“e sim, são escolhas!”) ser pobres, pretos, vitimas de racismo e de tortura (feita por quase pretos), assaltantes, justiceiros, petistas, esquerdistas, terroristas das periferias, rolezeiros ou intelectuais, a conformar toda uma tempestade de justificações para o ódio ou inveja por tudo aquilo que “nós” somos ou temos. Oh eterna inveja, pecado capital, constituinte da raça humana, aparta-te!! Ora, “nós” somos a coisa mais linda do mundo, mantenhamos a pose, pudica, devemos manter a postura e reprimir com qualidade e estilo, com a lei e a ordem, com as instituições, a eterna inveja! Mas, como é grande a falta de boa lei que nos proteja, repressora e vingadora, de bons espelhos que nos faça enxergar o que somos realmente e, inevitavelmente, indissoluvelmente, a SOCIEDADE É COMPOSTA TAMBÉM POR AQUELE ADOLESCENTE DE 15 ANOS QUE COBRA DA SOCIEDADE O QUE ELE NÃO TEVE, apesar de GARANTIDO NA CONSTITUIÇÃO, NA CARTA POLÍTICA, NO CONTRATO SOCIAL (NÃO CUMPRIDO EM RAZÃO DA GANÂNCIA DE POUCOS!), já estando bem cheias as cadeias, abram bem os olhos vocês que se definem como “nós” contra “eles”, pois é muito claro, só não vê quem não quer: “Clara Crocodilo fugiu, Clara Crocodilo escapuliu, vê se tem vergonha na cara, ei, ajuda Clara seu canalha” (Arrigo Barnabé). Se querem sair da armadilha econômico-política na qual caíram, leiam ou procurem no youtube “Pedro Casaldáliga”, exemplo de civilidade em meio à barbárie, urbana ou rural, igual.
Brito, uma das grandes farsas da direita carioca e de setores da polícia é que Brizola proibira a ação contra bandidos. Tudo devido ao fato de que Brizola proibiu violações dos domicílios sem mandato judicial de quem quer que fosse e especialmente do pessoal da favela. Ali era o centro da humilhação das famílias com ações de invasão meramente para criar um estado de terror. Essa foto do JB certamente deu muito peso pois estávamos na campanha eleitoral quando foi publicada. Nessa época eu era um dos poucos médicos que trabalhavam diretamente em Favela, a favela do Escondidinho no Rio Comprido, e vi muito do que a polícia do Chagas fazia por lá. Aliás, foi no Escondidinho que o Brizola participou da primeira campanha de vacinação do seu governo.
Abraços
José do Vale Pinheiro Feitosa
Zé do Vale, o velho companheiro de tantas batalhas?
Nunca será demais alertar para o crescimento que vem se observando, de modo assustador, no surgimento de gangues, grupos e correntes políticas de viés fascista de ultra-direita. É importante também conectar esse inflar do cogumelo fascista ao aumento da produção e comercialização de drogas clandestinas, as quais têm em comum a intenção de alavancar a agressividade. Se nos anos 70, tivemos o LSD, criado nos laboratórios da CIA, no âmbito do MK-Ultra, e cuja finalidade era de hipnose, letargia, para extrair segredos, deixar o paciente passível ao controle por terceiros, agora as drogas que mais se têm infiltrado na sociedade são drogas provocam e liberam os sentimentos mais sórdidos e agressivos.
As metanfetaminas, como o “molly”, variação moderna do ecstasy, recebem uma abordagem glamourizada da mídia corporativa, como nesta matéria da Folha http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/07/1307954-ecstasy-conquista-uma-nova-roupagem-e-um-novo-publico.shtml .
Mas a verdade é que são sempre misturadas à cafeína, com o consumo simultâneo de Red Bull, por exemplo, e o resultado, muitas vezes, não é uma euforia amorosa, mas a liberação de instintos selvagens e agressivos.
O Yaba, outro misto de metanfetamina com cafeína, e talvez um pouco de heroína, que é uma droga mais barata, assim como o craque, se tornou um caso de calamidade pública nas classes populares na Tailândia, e logo estará também inundando as favelas do mundo inteiro. O fato é que todas essas drogas constituem a outra mais valia que a Corporação impõe à sociedade, sendo a primeira as dívidas, começando pelas dos governos dos países, passando pelos esquemas de pirâmide como a bolha imobiliária recente nos EUA, os cartões de crédito, etc.etc. Quando esses mecanismos de extração de mais valia perdem sua capacidade de sugar o que é preciso para manter o esplendor de opulência das elites, aí entra em cena a destruição em massa. Penso que o ingresso maciço clandestino na sociedade de drogas destinadas a liberar os piores instintos do ser humano pode ser uma deliberada preparação para uma fase agônica de vasta destruição. Espero vivamente estar equivocado.
O mais intigante é que toda a violencia que temos observado explode em ano de Copa e eleições. Como sou pela teoria da conspiração acredito que tem tudo a ver. Mas não deixa de ser uma verdade que estamos regredindo no setor da segurança, voltando à epoca do faroeste, quando tudo se reolvia a bala e a pancadaria. Mas se os 14 mauricinhos presos fossem negros e pobres (a maioria dos negros e pobres não é favorável aos delitos e a violencia, embora seja o alvo preferencial de nossas polícias truculentas e da elite abjeta)teriam sido soltos? Jamais. Já estariam em Bangu ou uma Instituição dessas desecudadoras para menores infratores. E a principal responsável pela deformação da mentalidade das pessoas e pela disseminação da agressividade e do preconceito é a de sempre, a mídia golpista.
O linchamento do “bandidinho” é só mais um infeliz capítulo de nossa sociedade violenta, empreguinada pela ideologia do olho por olho dente por dente, como se a simples violência fosse resolver com todo o descalabro social causados pela nossa elite burra e egoísta, que não está nem aí para a situação de quem é menos favorecido.
Este vídeo é mais recente. E chocante. A debilóide do SBT – Sistema Bosta de Televisão deve se sentir confortada com a rápida resposta aos seus apelos. Imagens chocantes, como diz o clichê: http://goo.gl/mVDbKa
OK já sabemos que a midia do jornalão e da TV é de extrema direita. Mas e quanta as ‘redes sociais’ celebradas como ‘salvação da democracia’? Os tais justiceiros postaram no facebook apologia ao crime dizendo que seu esporte agora era ‘caçar bandidos’. O que o facebook fez quando seu espaço foi utilizado para a apologia ao crime? o mesmo que sempre faz nessas situações: nada. Por isso chamo essa rede social glamourizada como a salvação da democracia de ‘fuhrerbook’. Se alguem ‘organizar uma manifestação pelas redes sociais’ contra o facebook pode me chamar.