Não está longe a explosão dos casos de coronavírus no Brasil, está perto.
Nos próximos dias você terá a notícia de que um conhecido, um amigo, um parente está infectado e internado.
Isso não é terror, é apenas a verdade, como aqui se disse, há quase um mês, que a doença explodiria nos EUA, que , então, ainda brincavam com a história de que era uma “gripezinha” e não agiam para isolar seus cidadãos.
Os números, lá, são aterrorizantes: 235 mil infectados, mais de 25 mil em 24 horas. Mais de mil mortos, ontem.
Um terço dos novos casos diários no mundo são norte-americanos e hoje devem ser perto de 30 mil.
Do Equador, chegam cenas dantescas de cadáveres sendo deixados nas ruas ou cremados ali mesmo, no asfalto.
Por todo o mundo, os mortos se contam às dezenas de milhares.
Ainda não está assim aqui, mas será que vai ficar?
A resposta, infelizmente, é sim.
Temos relativamente “poucos” casos – embora já passem de sete mil – por uma única razão: a grande maioria não é testada.
O Instituto Adolfo Lutz, apenas ele , tem 16 mil testes na “fila” para serem examinados. Como os testes, escassos, em geral só foram aplicados a pacientes com sintomatologia evidente, é de se esperar uma alta taxa de resultados positivos. E, portanto, uma “dobra” nos casos.
Além disso, como mostra hoje a Folha, os médicos de primeiro atendimento, sem testes e sem uma orientação precisa de como classificar pacientes para notificação sistema, estimam que possa haver dezenas de casos.
O mesmo aconteceu nos EUA, onde os testes eram – e em alguns estados ainda são – muito poucos.
Some-se a isso o fato de que, a partir da formação de uma “massa crítica” o fator de expansão se amplia e forma números apavorantes.
Os Estados Unidos, “campeão mundial” de casos, há apenas duas semanas, tinha menos casos confirmados que o Brasil. Eram, acreditem, 6.344, no dia 17 de março. 38 vezes mais, sim, é isso mesmo.
Tento conter a indignação que tem marcado meus últimos posts, porque não é fácil se manter sóbrio diante dos assassinatos em massa que nossas titubeantes autoridades estão perpetrando.
Ainda há milhares de nossos irmãos desnecessariamente nas ruas, animados e confusos por conta de um pastiche de Trump que, enfim, fará do Brasil um país semelhante ais EUA, mas apenas no desastre humanitário. Ou quase.
Aqui talvez não haja a dor silenciosa da América do Norte, como também não há os cargueiros trazendo socorro da China, o mesmo socorro que faltará aqui.
Nem se espere socorro de nosso (?) governo.
Porque, com as demoras e complicações (propositais e perversas) de se garantir uma mísera renda a quem está privado de seu trabalho, mesmo precário, há 15 dias ou mais, vai ser ouvido também o grito da fome, além do da perda.
Daqui a quinze dias é perto, semana que vem é perto, hoje é perto.
Desculpem, portanto, se não amenizo as palavras.
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Melhor deixar a raiva sair. Ha tempo para tudo, inclusive para ela. Oxalá que sua tremenda energia rompa esse casulo apodrecido que nos tolhe. E que em nosso primeiro voo como sociedade regenerada, dessa vez os canalhas!, canalhas!, canalhas! sejam julgados. Nao apenas pela historia.
Diziam que o vírus não se propagaria no Brasil porque ele gosta de frio, morre no calor e coisa e tal...
Supondo que fosse parcialmente verdade... Até agora estávamos no verão. Casas, carros e ônibus com janelas abertas, dias secos e ensolarados, muito calor. E mesmo assim o vírus se alastrou.
Agora estamos no outono. Em um mês ou dois vem o frio, dias frios, nublados e úmidos. Janelas fechadas por causa do frio e chuva. Pessoas que portam o vírus mas não apresentam sintomas, podem pegar resfriados comuns, que os vão fazer tossir e espirrar e espalhar mais o vírus que, até então, estava limitado aos seus pulmões e suas vias aéreas. E aí sim, vamos ver o que é uma gripezinha.
Fosse verdade ele não sobreviveria aos 36,5 do nosso corpo.
Pra piorar, o inverno já tem, por natureza, aumento na internação em hospitais por problemas respiratórios e gripe.
E provavelmente, daqui a um mês ou dois, se não antes, vai coincidir com o relaxamento sobre a quarentena, seja ele oficial ou por que as pessoas que não pegaram a doença vão se sentir meio que invulneráveis a ela.
Prevejo uma aceleração dos casos na primeira metade de abril, depois uma pequena desaceleração na segunda metade e depois uma curva ascendente e fora de controle em maio.
Tal conjectura caiu por terra já a partir do momento em que um dos primeiros países a ter um número alto de doentes na América Latina foi justamente o Equador, e em pleno verão. Difícil contestação da teoria mais precisa que esta. E não há dúvidas que o inverno poderá ser sombrio, pois as pessoas impelidas às ruas pelo mau exemplo de cima ou por necessidade essencial, tendem a fugir do frio agrupando-se, só que o farão em espaços coletivos. O SARS-CoV 19 agradecerá...
Essa desgraça é resistente mesmo.
https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/04/03/coronavirus-dura-7-dias-em-mascaras-veja-quanto-ele-vive-nas-superficies.htm
Seria ótimo se fosse verdade... Meus pais moram no Ceará onde o sol é escaldante e os casos de suspeita só aumentam por lá.
COMPETÊNCIA DO MANDETTA, O MINISTRO DO BOÇAL...
https://twitter.com/GabrielCBrasil/status/1243858089339752449
https://twitter.com/rafaelmmartins/status/1245816778091048965
Considero que, no meu caso, sobreviver à Pandemia será pura sorte do destino.
Estou no grupo de risco e com comorbidades. Estou fazendo o isolamento, mas cedo ou tarde, isto é, antes ou depois da curva ascendente/descendente serei fatalmente afetado. Se tiver a sorte de resistir até um medicamento ou vacina, aqui no Brasil, será pura sorte.
Mantenha viva esperança, ela nos alimenta de coragem. Um abraço de irrestrita solidariedade. Sairemos dessa e viveremos o Sol de Primavera ? https://youtu.be/eEz2abiZprQ
Ibsen, espero, sinceramente , que tudo corra bem com você e com os seus.
Força, Saúde e Fé!
Ibsen, espero, sinceramente , que tudo corra bem com você e com os seus.
Força, Saúde e Fé!
Ibsen, não entregue os pontos.
Há muita gente trabalhando em busca de soluções e/ou paliativos que podem significar a sobrevivência de infectados com nível de risco elevado.
Uma alternativa que sugiro busques investigar e de antemão viabilizar se necessitares é o uso de "soro convalescente" (não sei se é exatamente este o nome em português - em inglês chama-se convalescent serum). Consiste em injetar no paciente com Covid-19 soro extraído de alguém que já tenha sido infectado pelo virus e que esteja curado. Os anticorpos presentes no soro do doador permitem suprimir em muito a carga viral no paciente infectado e o próprio organismo dá conta do resto.
Este é um procedimento que dizem os especialistas foi usado com outros vírus com sucesso e está sendo tentado em Nova Iorque contra o coronavírus (não sei precisar o resultado pois o uso é recente e penso que ainda não há resultados publicados).
Mas em princípio não é muito diferente do que está sendo tentado com anticorpos monoclonais, tanto pelos chineses como por um laboratório em San Diego - em poucos meses deverá estar disponível este tratamento, que é esperado proteger por 2 meses, e que pode ser usado anto para combater a infecção ou para prevení-la. O uso de anticorpos monoclonais é o tratamento indicado para controla o Ebola, por exemplo.
Não se exponha. Proteja-te e ganhe tempo. Há luz no fim do túnel. Boa sorte.
Força caro Ibsen !????????????
O caso de Equador é emblemático. Demonstra que os governos estão mentindo, que os casos são subnotificados. Por aqui não deve ser muito diferente, já que o exemplo maior vem de cima.
O traidor Moreno vai ser varrido do mapa pela força da endemia. Não há escapatória para ele.
Não há palavras para o horror. E não há punição para os responsáveis.
Triste verdade. Hoje tive notícia de duas pessoas que morreram em São Paulo. Não eram meus amigos próximos, mas eram pessoas conhecidas, citados com frequência por familiares em conversas.
Eu pessoalmente tenho quatro amigos que estão se tratando do Covid19. Dois casais. Em cada casal, um dos cônjuges precisou de UTI e o outro apenas sintomas leves. Minha irmã e companheiro também estão com o vírus, todavia na Inglaterra
Brito, falo a todos que você é o que tem feito uma das melhores análises e previsões sobre o corona. Não se culpe pelo "alarmismo" quando na verdade você sempre foi pé no chão, se baseando em fatos. Outras mídias alternativas demoraram mais a perceber a gravidade do que vinha por aí e também minimizaram a questão até cair a ficha. Se cuida, abraço.
Não é pra amenizar mesmo não, Brito. Não se incomode em pedir desculpas, a situação é grave.
E o sujeito que está na presidência, agindo como age, espero que vá parar no banco dos réus do TPI.