O Natal no país da fome

Nada pior para um dia de Natal que o retrato que o Datafolha traça hoje do Brasil da Fome.

Nove entre cada dez de nós (89%) percebe que somos um país onde a privação só aumenta.

Um em cada quatro (26%) não só o veem como o sentem, afirmando que a quantidade de comida em casa não foi suficiente para alimentar suas famílias nos últimos meses e entre o que perderam o emprego, metade está nesta situação.

E um em cada sete (15%) já deixou de fazer ao menos uma das refeições por falta do que comer.

Este país é aquele que, anos atrás, levantou a cabeça ao sair do mapa da fome no mundo.

Não houve uma seca geral, não houve um terremoto, um tsunami, uma enchente que cobrisse todo o país, quase, um desastre natural que o pudessem explicar.

Mas houve, sim, um desastre político-social que devastou as nossas relações humanas e econômicas, que teve como epicentro a agitação provocada pela mídia, por um judiciário comprometido e por segmentos empresariais que destruíram tudo que houvesse à sua frente que pudesse impedi-los de abocanhar o poder.

Nem é preciso detalhar outros dados estatísticos da pesquisa – e eles estão aqui – para perceber a dramaticidade entre os mais pobres, onde os indicadores dobram ou mais que isso.

Nada pode ser mais importante que apagar essa mancha de maldade de nossa sociedade.

 

 

 

 

 

 

 

 

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