O poder do exército (irregular) que é o de Bolsonaro

Na Folha, o repórter João Paulo Pitombo mostra que o Brasil é, hoje, um país onde impera o poder armado de grupos irregulares – sob a fantasia de serem caçadores, colecionadores e esportistas – supera em muito o do Estado.

São mais de 2 milhões de armas registradas de forma particular, contra menos de 360 mil armas “públicas”.

Os “caçadores, colecionadores e esportistas” – que podem ter até 30 armas de calibre pesado e munição aos caminhões para elas – têm tentas armas quanto as que possuem, em caráter particular, policiais e militares.

Esta turma tem seus “quartéis” em stands e clubes de tiro e estão de posse até de fuzis semiautomático e, a esta altura, seu arsenal deve estar algo como 20% acima daqueles números, pois armas e seus possuidores se ampliam em velocidade estonteante: 68% a mais de 2018 para 2009 e mais 43% no ano seguinte. 140% em dois anos.

Hoje, em O Globo, registra-se o lançamento de um livro, de dois repórteres do The Washington Post onde se conta como os chefes militares norte-americanos planejavam renunciar para impedir Donald Trump de dar um golpe para anular os resultados da eleição e seguir no poder.

E o general Mark Milley, chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos EUA diz, numa reunião com outros altos oficiais:

− Eles [Trump e seus aliados] podem tentar, mas não vão conseguir merda nenhuma”, Milley teria dito a seus subordinados, segundo o livro. “Não é possível fazer isso sem as Forças Armadas. Não é possível fazer isso sem a CIA e o FBI. Nós somos os caras com as armas.

Pois aqui, do jeito que as coisas vão, “os caras com as armas” são o exército que Jair Bolsonaro pode chamar, mesmo, de seu.

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