O poderoso faraó está para ser embalsamado

O que muda na política externa brasileira com a queda – consumada, agora – de Ernesto Araújo?

Absolutamente nada ou quase nada, porque ao menos teremos um pouco mais de “modos” e nos livraremos, talvez, das expressões pernósticas do paspalhão que ocupava o Itamaraty.

Mas a política externa, que tem a mente de Jair Bolsonaro e o dedo de Eduardo, fica como está.

Mas a interna vai mudar e veremos o bolsonarismo dar sinais de vida, porque Jair sabe que perdeu a iniciativa política, agora nas mãos do Centrão.

O poderoso faraó Jair I, que ameaçava “fechar tudo” – Congresso, STF e as liberdades – terá de fazer muito para não se tornar uma múmia no Planalto.

Bolsonaro sabe que os planos para sua “neutralização” vão muito além de derrubar ministros ou de “emplacar” outros nos lugares vacantes.

A confirmar-se a perspectiva de um agravamento agudo da situação econômica – e todos os sinais vão neste sentido – pode não ser suficiente “embalsamar” o presidente.

E é por isso que um eventual impeachment foi a um grau na agenda política inédito, pelas mãos do desaforado Arthur Lira, que acenou com ele como Rodrigo Maia Jamais havia feito.

Sem Bolsonaro no cargo e na disputa eleitoral, creem eles, a candidatura Lula perderia força diante do desaparecimento do polo extremista de direita, abrindo caminho para o que tenho chamado aqui de “Cinderelo da Direita”.

Mas isso depende de Bolsonaro não ter mais comando e força sobre as suas falanges civis e sobre seus guarda-costas militares.

E isso já são outros 500, muito diferentes de despachar o seu lunático chanceler.

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