O tomate não é mais vedete

tomate

Lembra do colar de tomates da Ana Maria Braga? O pessoal andou sigerindo que ela fizesse um com o botijão de gás, cujo preço disparou, mas eu não chego a esta crueldade.

Mas confesso que fico curioso com a falta de reportagens aquelas tipo “o preço está pela hora da morte” com o simpático fruto.

Em menos de duas semanas, dobrou de preço.

A caixa de 20 kg, no atacado do Ceasa do Rio, dobrou de preço desde dezembro e varia, conforme a qualidade, entre 50 e 90 reais. Ontem, no supermercado, achei a R$ 6,90 o quilo, antiga unidade de compra, porque agora compra-se “um tomate”, “dois tomates”, “três tomates”.

Nos mercados mais “gente fina”, como o Pão de Açúcar – veja a imagem – já está beirando os 9 reais, preço abaixo do qual La Braga os transformou em jóias.

Isso, quando o salário mínimo sobe R$ 17 por mês é uma beleza, não é?

Desculpem os economistas, mas isso bate mais na cabeça do povão que o “BB-” da Standard & Poors.

É evidente – e só um estúpido o negaria – que tivemos uma temporada de baixa da inflação.

Mas é impressionante o silêncio que se faz sobre termos entrado numa temporada de alta da inflação.

Todos sabem que o núcleo da queda da inflação em 2017 foram os alimentos, especialmente os in natura.

Recomenda-se que os estrategistas de Henrique Meirelles, com tantas visitas a Nova York, dêem uma passadinha na feira ou nas bancas dos supermercados.

Ou então que arranjem outra desculpas para o preço do tomate subir, porque desta vez vai ser difícil botar a culpa no vermelho.

 

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