Por vezes sinto-me transportado no tempo, por 40 anos , até os anos 80, em que os “Esquadrões da Morte” eram a principal resposta ao crescimento da criminalidade.
Tudo se justificava, tudo se admitia contra os “párias da sociedade” a “gente que não chegava a ser gente”.
Até conduzi-la, como as fotos imortais de Luiz Morier – fui “foca” do pai dele, Max Morier – como uma penca de animais, reencarnando Debret no final do século 20.
Os comentários dos jornais, diante da morte de nove jovens pisoteados em Paraisópolis servem de legenda para estas monstruosidades.
“Nove CPF’s cancelados”, diz um; “Não é nesses bailes funk onde as garotas de 13, 14 e 15 anos vão engravidar trazendo ao mundo futuros marginais?”, fala outro.
Deus meu, me dou conta que a foto de Morier é uma delicadeza perto da montruosidade de faze-los morrer pisoteados.
Estamos pior, há gente que não quer apenas a corda no pescoço dos cativos, mas quer a corda da forca para executá-los.
Não, não acusemos os nossos mentecaptos sociais, acusemos quem os fez ser assim.
Os políticos – cadê você, Moreira Franco? – que fizeram da “segurança pública” uma máquina de mater e humilhar?
Onde estão vocês, editores de jornais e de telejornais, que cansaram de acusar a política de “direitos humanos” – direitos humanos não são política, p…, são uma lei civilizatória – de Brizola a culpada pela criminalidade?
Estes monstros de hoje são seus filhos.
18 respostas
E o sr. é contra os esculachos à moda argentina.
O mais cruel é que os policiais são, na maioria filhos da periferia e agora vão lá para matar seus conterrâneos, seus familiares, ou familiares de seus colegas de farda.
Parece que a tão sonhada explosão de indignação popular que querem que venha para justificar fechamento de regime, não virá do destrambelho da economia, dos descalabros administrativos e da retirada de direitos da população, mas sim da revolta contra as escandalosas demonstrações de violência policial do Estado Policial já instalado e em fase de enraizamento.
Se sentem autorizados a partir para cima da população pobre como se ela fosse um inimigo a ser exterminado. Principalmente, estão indo para cima das festas e das comemorações coletivas do povo pobre, como se espumassem de ódio por verem que eles estão se divertindo. Na cabeça deles, o povo pobre não tem direito ao divertimento, e deve apenas sofrer e penar dia e noite por sua condição de pobreza. .
Povo tem q ocupar as praças e fazer seu carnaval diario de cidadania. Discutir na rua os rumos sempre q possivel. Chega de messianismo. Nunca vira um salvador.
Os jovens da periferia, que eu prefiro carinhosamente chamar de “a molecada…”, (são dezenas de milhões de “sem futuro”) são a única força nas grandes e médias cidades na qual eu tenho esperança de que se insurja e vá para as ruas quebrando tudo e inicie um processo de revolta popular para derrubar este governo e deslocar o poder das elites de volta para o povo. Ficar esperando isso dos trabalhadores (a maioria apoia o governo), das organizações sociais como sindicatos, partidos políticos como o pt ou políticos como o Lula… esquece. Os políticos da oposição só pensam naquilo: as eleições de 2022. Como se fosse possível esperar até lá num processo em que claramente e de maneira acelerada o governo está destruindo as instituições para fazer do país “terra arrasada” e começar tudo de novo, aí sob a orientação da bíblia e com o poder do fascismo (isto não é apenas uma evidência, mas é o que está explícito nas palavras e nas ações do bozismo).
Ler os comentários destes adoradores da barbárie, me dá um desespero danado e, também a de pensar, que a violência está entranhada desde o micro ao macro poder da sociedade brasileira. Em tempos de culto à violência, exarceba- se os “instintos selvagens”, ou seja, dos “primatas mais evoluídos”. Foi assim que o nazismo ganhou terreno.
Márcia, até agora a única violência observada, com trágicas consequências, em todo o Brasil foi por parte da polícia e das ffaa. O máximo que ocorre nos morros e na periferia é a resposta dos moradores a esta violência policial. Essa história de adoradores da barbárie (a barbárie é das instituições e não do povo, das pessoas comuns), micro e macro, primatas mais evoluídos… não faz o menor sentido porque este personagens instituídos por você simplesmente não existem. O nazismo ganhou terreno porque o povo não reagiu, não se deu conta do que estava acontecendo (leia os livros de Thomas Mann).
O Brasil vai perder a Amazonia nao duvido.
E grande demais p um pais.
O escândalo de Paraisópolis tem sido noticiado pelas televisões abertas com tempo de sobra para vender só a versão da própria polícia. Até parece que é proibido por alguma espécie de censura extra-jornalística aprofundar a investigação e apresentar os fatos com base nas informações da população atingida.
Façamos um documentario e exibamos em festivais na Europa e America do Norte. Vai q acordam e ainda ganha Oscar
Boa ideia, mas vai concorrer com mil documentários de terror de direita que está acontecendo por todo o mundo.
Acho q com a saida de Trump da Casa Branca tudo voltara a normalidade pq Washigton continuara pressionando a America Latina so q em outra direçao.
Pois é, então temos que esperar que o Trump não se reeleja, ou se ele se reeleger mais cinco anos com a polícia matando uns 50.000 por ano.
O pessoal tem que se organizar e reagir, não ficar esperando o Trump.
Pretendo ser realista
As autoridades são capitães-do-mato matando e humilhando negros e pobres. Um escândalo monstruoso. Essa ação é DELIBERADA. Buscam de fato bater e matar e aterrorizar. Este é o objetivo. A polícia se prestando ao papel de operacionalizar o ódio e desprezo que a classe média e a Elite do Atraso têm do povo. Eram adolescentes em uma festa. Por que vira operação de extermínio? Porque não são garotos e meninas de classe média branca. Racismo, é o que ocasiona essa barbárie. E tudo com o estímulo e a aprovação dos governadores fascistas, genocidas, criminosos de SP e do Rio. O horror! O horror!
Mais uma semana se inicia e a sensação de asco só aumenta… O desânimo pra acordar, levantar, tomar um gole de café e sair pra ganhar o sustento está cada vez mais difícil, não só pelo pouco que se ganha em troca do muito que se trabalha, mas pra suportar essa atmosfera pesada que tomou conta de tudo.
Uma grande parte das pessoas estão apenas “existindo”. As condições pra “viver” de fato estão cada vez piores e é na incerteza do que ainda está por vir que se perde cada dias mais o pouco de esperança que ainda resta. ????
Séculos de atraso na educação geraram um povo passivo, sem brio, sem identidade nacional, sem patriotismo verdadeiro. Por aqui acha-se patriota quem vai ao estádio e fica em posição de sentido quando se toca o hino mas não tem coragem de lutar pelos seus direitos – trabalho, aposentadoria, saúde, moradia, seguranca, escola, transporte, lazer, cultura. Somos um povo falsamente feliz mas na realidade muito triste e desiludido. A falta de educacao é a maior arma das elites há 5 séculos.