Os genocidas não dão refresco

Nas redes sociais, uma senhorinha com aquela cara de “meu-deus-como-todas-se-parecem” anuncia a “Bolsonaro Week”, o que ela chama Semana Nacional de Reabertura do Comércio. E recomenda que todos saia à rua, para aproveitar promoções “com o preço lá embaixo” e que “comprem muito”. Ah, sim, cuidadosa, manda que todos vão em seus carros, com a bandeira do Brasil e “buzinando muito’.

Fosse apenas esta figura, pouca ou nenhuma importância teria a não ser avisar para manter distância dela.

Mas não é assim.

E nem é só outra figura assemelhada, o presidente da República.

Olhe a foto de hoje, de O Globo e veja as aglomerações que já se formam em bancos, terminais de ônibus e nas ruas dos bairros mais pobres.

No mercado – e no mercado mundial – os epidemiologistas do dinheiro estão comemorando em índices em altas o que julgam ser o início do fim da pandemia. E, no nossos caso aqui, a da que nunca existiu, mas foi só uma gripezinha.

O povão, com os sinais confusos das autoridades – que a cada dia afrouxam em lugar de apertar as regras de isolamento – e a necessidade apertando, já está voltando para as ruas, para o trabalho que passa agora a ser o lugar de morrer.

Os jornais se apressam a dizer que passa rápido: “há quatro dias o número de novos casos cai no país tal”,

E de fato caem, mas é só pensar que estes países, há 15 ou 20 dias, adotaram as mais duras quarentenas, com as pessoas literalmente trancadas em casa. E é, certamente, por isso que os novos casos diminuem.

Devolva estas pessoas às ruas, onde o vírus segue circulando – ou não haveriam novos casos que, embora se reduzindo, contam-se à casa dos milhares e virá uma nova onda de infectados e “futuros mortos”, como se os atuais 500 ou seiscentos por dia não bastassem.

Aqui, tudo é pior, porque sequer temos noção da realidade da epidemia, porque nos faltam testes – e os que temos, na maioria, são imprecisos – ao ponto de termos aplicado essa investigação em apenas 0,02% da população e temos deficiência diagnóstica por protocolos muito recentemente unificados.

Não sabemos se temos 12 mil ou 40 mil casos e, em algum momento, esta subnotificação se consertará com uma evolução vertiginosa dos casos.

Que será maior caso se confirme o afrouxamento que estamos vendo se infiltrar na sociedade e ganhar adeptos.

 

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27 respostas

  1. Em São Paulo temos, em 06/04, 3.754 casos confirmados, e 10.383 casos suspeitos, aguardando a resultados de exames (há uma fila gigante no Instituto Adolfo Lutz) . Todo dia a gente tem noticia de alguém próximo que está doente ou morreu e temos que ficar distantes.
    Quanta insensatez neste momento que atravessamos o período de maior dor, insegurança e medo em nosso país. São mesmo, caro Fernando Brito, GENOCIDAS.

  2. A ignorância não é apanágio nosso, na Inglaterra estavam incendiando torres de G5 por entender que o sistema trouxe o virus….Pode?

  3. Tenho certeza absoluta de que, se houver uma explosão de contagiados e de mortos, os números serão escondidos da população, como nos tempos da ditadura. Afinal, neste país o que importa e manda é o “mercado”, os empresários, o dinheiro, o resto é acessório.

  4. A maneira de se conseguir driblar a subnotificação e obter uma ideia aproximada da realidade seria levantar a evolução dos números de óbitos ocorridos no mesmo período em anos anteriores, realizar a projeção para 2020 sem corona e comparar com a realidade com corona. No mais, se o brazil não fosse um lugar infestado de analfabetos políticos, ignorantes e safados, um “governo” como este nunca teria sido eleito.

    1. E somar aos óbitos por covid-19 aqueles por peumonia e/ou insuficiência respiratória que excederem os dados de 2019, pois além do despreparo e da desestrutura, há também a falta de caráter que busca subnotificar ou camuflar os números verdadeiros.

    2. E somar aos óbitos por covid-19 aqueles por peumonia e/ou insuficiência respiratória que excederem os dados de 2019, pois além do despreparo e da desestrutura, há também a falta de caráter que busca subnotificar ou camuflar os números verdadeiros.

      1. A minha ideia é mais genérica, apenas para fornecer uma noção de grandeza e que não dependa de informações oficiais de causa mortis.

        1. Excelente ponto, Carlos. Ontem mesmo eu discutia esta ideia com minha família. A grande vantagem é fazer um levantamento das mortes diretas e indiretas. As indiretas vem daqueles que precisaram de UTI por outros motivos (cardíacos, acidentes de carro, por exemplo) e estavam todas ocupadas com pacientes de COVID19. Quem sabe vejamos num futuro próximo…

  5. Reescrevo aqui uma mensagem recebida: se levantarem o isolamento, nem GPS vai me achar. Àqueles que podem, só nos resta nos proteger e deixar que os estúpidos morram… O que se há de fazer. Impossível não pensar uma maldadezinha diante de tanta estupidez: que se prossiga com a seleção natural.

    1. O problema é a disseminação do vírus nos profissionais de saúde. Eles não poderão se isolar. Além do mais, muitos que estão na rua são pessoas inocentes, mas mal informadas pelo bozo.

      1. Carioca concordo com sua postagem, apenas acrescentou que os profissionais de saúde, provavelmente, estão sendo castigados por terem sidos cabos eleitorais gratuitamente para o MINTO.

        1. Eu sou mais de enfiar os bozomínions a força em casa. Afinal, não é assim que se faz com o gado?

        2. Edson, na maioria sim, mas é duro pra quem não foi. Tenho duas sobrinhas enfermeiras e minha esposa é nutricionista, todas trabalhando normalmente em posto de saúde, se expondo, sem opção. É preocupante. E todas elas eleitoras da esquerda.

    2. Eu estava pensando em escrever exatamente isso: estou escondido e não saio prá nada. Burros celerados, quantos menos houver melhor

  6. Já comentei em outro lugar sobre a senhorinha a quem o Brito se refere. Ela é bonitinha, fofinha. Deitadinha vestida de branco num caixote estofado de branco, com um travesseirinho suspendendo um pouco a cabeça, chumacinhos de algodão branco nas narinas, coberta de margaridas, ficará lindinha, lindinha. Très chic morrer de corona.

  7. Faço minha convicta oração. SENHOR tenha misericordia do povão. Visto que os irresponsáveis o heroi MANDETTA EO MINTO não tem.

  8. Estou fazendo a minha parte. Avisando nas redes sociais. Dando o exemplo. Mas não sou salvador do mundo e não acredito em paternalismo. Querem morrer? Morram. Preferem o capitão canetinha ao Lula? Preferem o pastor ao médico? Nada a fazer. Descansem em paz. O QI médio da população irá subir.

  9. Observei que a frase mudou: não é mais isolamento social e SIM DISTÂNCIA SOCIAL. Alguém mais observou ?

    Há uma grande diferença de semântica.

  10. A quarentena nunca valeu para os mais pobres. os Correios estão trabalhando normalmente, assim como o telemarketing, só para citar um exemplo. Nos Correios a direção não disponibiliza máscaras ou luvas. Para valer mesmo a quarentena, seria preciso um esforço de guerra para prover a todos com cestas básicas e dinheiro, o que não foi feito. Mesmo essa miséria de R$ 600,00 não está chegando ao povão, por entraves burocráticos (leia-se: má vontade).

  11. Sugiro dar um print nestas postagens suicidas. Pelos menos saberemos a quem devolver os xingamentos e linchamento nas redes, por sermos coerentes e mais humanos …se o pior vier. Espero sinceramente que nao precisemos reagir . Mas torcida sei que pouco ou nada valem….aguardemos que a tragédia seja só uma .miragem, ….sub notificação pode sair pela culatra..

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