Pasadena: mais um factoide para se estudar na faculdade

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Professores de jornalismo de todo o Brasil!

Eis mais um caso para apresentar a seus alunos, sobre factoides políticos do jornalismo brasileiro.

O Estadão publicou matéria dizendo o seguinte:

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É manipulação em vários níveis.

Reparem no verbo “indica”.

Não há informação nenhuma dizendo que a reunião entre Paulo Roberto Costa, então um diretor importante da Petrobrás (funcionário há décadas na estatal, diga-se de passagem, e que recebeu várias promoções na era FHC), e o presidente Lula tratou da refinaria de Pasadena.

Por isso, o verbo usado é “indicar”.

“Indicar”, no dicionário do jornalismo verdadeiro, significa exatamente o contrário: “não indica”.

Porque no jornalismo verdadeiro não existe mulher “meio grávida”. Ou existem fatos ou não.

Lula negou que a reunião tivesse sido sobre Pasadena. Essa é a única informação concreta.

Olha só este parágrafo do Estadão, que modelo maravilhoso de manipulação babaca:

“Conforme o documento obtido pelo Estado, o encontro entre Lula e Costa se deu em 31 de janeiro daquele ano, no Palácio do Planalto, exatos 31 dias antes de o Conselho de Administração da Petrobrás, na época chefiado pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, dar aval à aquisição de 50% da refinaria.”

Exatos 31 dias…

O que significa “exatos 31 dias”?

E se fossem 32 dias, ou 27 dias, ou 54 dias?

O que o fato de serem “exatos 31 dias” prova? Nada.

Mas a expressão “exatos 31 dias” dá a impressão, e esse é o objetivo, de que a reunião entre Costa e Lula só podia ser sobre Pasadena, como se a Petrobrás não tivesse centenas de outros assuntos mais importantes a serem tratados.

Estamos ainda no primeiro nível da manipulação.

A Folha repercute a matéria, perdendo os escrúpulos. O verbo indicar é esquecido e lá vamos nós.

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Agora a coisa virou certeza. Parece brincadeira de telefone sem fio.

A “auditoria” apenas tinha mencionado reunião entre Costa e o presidente, não havia falado sobre o que discutiram.  A Petrobrás, naqueles anos, estava fazendo as mudanças que resultariam na descoberta do pré-sal. Havia vários assuntos a serem discutidos com Paulo Roberto Costa e Gabrielli. Pasadena era a menor das preocupações da Petrobrás naquele ano.

Essa é a manipulação em segundo nível.

O terceiro nível da manipulação, que para mim é a pior de todas, vem do próprio relatório do TCU, um órgão profundamente politizado, que apontou um “prejuízo” de mais de 700 milhões de dólares na refinaria de Pasadena.

Esse prejuízo foi meio que forçado pela pressão da mídia, que tratou, desde o início, a refinaria de Pasadena como uma “sucata velha” e a sua compra como uma coisa completamente inútil.

Onde já se viu, a Petrobrás adquirir uma refinaria nos EUA?

Na era FHC, a Petrobrás vendia suas refinarias para os EUA! Isso é o certo a fazer, na mentalidade colonizada de nossa mídia!

Comprar refinarias? Aumentar o patrimônio da Petrobrás? Expandir seus negócios? Isso é crime!

Esse prejuízo é uma manipulação, porque a refinaria está aí, dando lucro. A própria Folha, na época do escândalo, enviou uma repórter à Pasadena e descobriu isso. A matéria foi publicada no site, mas não no jornal impresso e nunca teve repercussão em outras mídias.

Trecho da matéria publicada na Folha:

“(…) a Pasadena Refining System Inc. (PRSI) teve, nos dois últimos anos, seu melhor desempenho desde 2005, operando com uma boa margem. Em 2013, o grupo de refinarias do qual ela faz parte teve uma média de 95% de aproveitamento.

Consultada, a Petrobras diz que a refinaria “opera em plena capacidade –de 100 mil barris/dia– com resultado positivo”.

O momento favorável é explicado pelo boom de produção do óleo não convencional leve, conhecido como tight oil, no golfo do México.

Incrustada num “cinturão” de refinarias localizado às margens do Houston Ship Channel, canal por onde circula grande parte da produção do golfo, a Pasadena Refining System se beneficiou da grande oferta de óleo leve, de boa qualidade e –por enquanto– barato nos EUA.”

***

Pois é, o petróleo continua barato nos EUA…

Como é possível apontar o “prejuízo” pela compra de uma refinaria alguns anos depois da operação, sem antes aguardar que ela dê resultados, e sem avaliar a sua importância estratégica?

Pasadena é um caso emblemático de manipulação, e que engolfou até mesmo a Dilma, que entrou no jogo da mídia, ao dar aquela declaração desastrada, de que “desconhecia os aspectos prejudiciais do negócio”.

Não tinha  “aspecto prejudicial” nenhum. As cláusulas eram comuns e explicáveis pelo fato de que o interessado na compra era a Petrobrás, não a Astra.

Com o fim do embargo econômico de Cuba, o porto de Mariel (construído pelo Brasil em Cuba), o novo canal do Panamá na China, as descobertas de petróleo no Golfo do México, a produção de petróleo de xisto no Texas, a refinaria de Pasadena passa a ser um ativo estratégico da Petrobrás, porque está situada no coração de tudo.

Todas as pipelines que abastecem os Estados Unidos de gasolina e diesel se encontram em Pasadena.

A mídia omite as informações. Parece que a Petrobrás comprou uma fábrica velha de reciclagem de papel na Sibéria.

Não, Pasadena é uma refinaria situada no lugar mais nobre do mundo do petróleo, às margens do canal de Houston, Texas.

***

Eu escrevi muitos posts sobre Pasadena. Procure no Google: Pasadena e Tijolaço ou Pasadena e Cafezinho.

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20 respostas

  1. Muito pouco de verdade se falou sobre Pasadena.

    Não se falou que comparada a outras refinarias de mesmo porte da Petrobras ela foi barata.
    Que até o advento do Pré sal foi uma compra estratégica, que garantia como nenhuma outra valorizar nossa maior fonte de petróleo da época, “Marlim”.
    Que era indispensável para o Brasil o petróleo leve importado, compensado em parte com a exportação do nosso petróleo mais pesado.
    Que nosso perfil de consumo de hidrocarbonetos era totalmente diferente de anos subsequentes a compra.
    O bom negócio que ficou menos interessante volta ser lucrativo como acontece de forma constante na industria do Petróleo e torna a Petrobras uma das mais lucrativas industrias do ramo.

    1. Serralheiro Velho, seu comentário tornou-se profético com a nova descoberta em Recife a 3.532 metros de profundidade de reservas de petróleo leve ideal para Pasadena, é perfurar, extrair, refinar e vender com os preços subindo, subindo!!! E Marlim ainda produz nada é excludente!!!!

  2. Pois é, mais uma vez, o Rosário não poderia deixar de dar uma cacetada na Dilma, para alegria dos inimigos.

    1. José de Arimathea, eu concordo com você. O Rosário deu uma cacetada desnecessária, num parágrafo totalmente dispensável no texto. Parece que alguns blogueiros de esquerda são pautados pelo PIG. De maneira infantil, para não serem chamados de chapa branca, dão cacetadas na Dilma e fazem a alegria dos inimigos.

  3. A mais vil corrupção é a corrupção da informação: engana as massas com claro propósito de se beneficiar politicamente.

  4. E mesmo que tivesse sido um mau negócio, a PETROBRAS teria perdido 700 milhões na compra de um grande ativo no coração do mercado consumidor de combustíveis, já os TRILHÔES que o BRASIL perdeu na PRIVATARIA TUCANA, PROPINODUTO DO METRÔ, TRENSALÂO, FURNAS, BANESTADO, LISTA DO HSBC, ZELOTES, etc, etc, bem, ISSO NÂO VEM AO CASO não é mesmo ?!?

    “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  5. Aliás se a PETROBRAS fosse vender PASADENA quanto ela is faturar !?!? Garanto que muito mais que os 700 milhões que eles alegam como prejuízo e que tiraram não sei de onde. Na verdade nós sabemos muito bem de onde eles tiraram esses valores, mas é impublicável.

    “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  6. Fernando, que que isso cumpanheiro? Forçando a barra para ser convidado a dar alguma palestra numa faculdade de 5ª categoria?

    Seu sonho é ser um Leonardo Attuch do Brasil 247, mas falta-lhe competência e acima de tudo ética.

  7. Brito, tem alguns imbecis tucanos vomitando ódio no blog, é bom fazer uma faxina nessa turma de nazistas.

  8. Gente, jornal impresso é só pra iniciar o fogo pra fazer churrasco galera, e nem precisa comprar, pega dos idiotas que compram…E até pra isso já não vai servir mais, pois os sacos de carvão já estão vindo com umas pastilhas de glicerina -eu acho- ou álcool gel, que pega fogo que é uma beleza, e não se suja mais as mãos com tinta de jornal! Então vamos parar de comentar sobre lixo…deixem o lixo para os heróis da reciclagem!

  9. Ficou impressionado, quando será o dia em que o governo acordar e o PT, mais ainda, e bater na mesa para derrubar estes piolhos entreguistas. Por na cadeia por lesa pátria , estes párias corruptos e entreguistas. O Pt não é feito de Santos, como de resto nenhum partidos, parido neste processo corrupto e manipulado pelo dinheiro de grandes corporações quando não estrangeiro, interessado nos nossos minérios e agora no pré-sal…..arrrrrr…

  10. Valdo, a nossa vitória é que Refinaria está aí cada vez mais sendo útil, estratégia e economicamente dando resultado, e pelo andar do pré-sal a Petrobrás nunca irá se desfazer dela, e é justo isso que mata o PIG e a cochaiada de ódio, kkkk bom sábado.

  11. Só não entendi a parte:

    “Esse prejuízo é uma manipulação, porque a refinaria está aí, dando lucro.”

    pois:

    “Consultada, a Petrobras diz que a refinaria “opera em plena capacidade –de 100 mil barris/dia– com resultado positivo”.”

    não quer dizer lucro e sim produção pois se os custos são maiores do que a receita a refinaria pode até estar em 100% mas obterá prejuízo.

    A orquestra do Titanic tocava a pleno vapor com o navio na cara do iceberg.

    Atc
    Dilter Folha
    DESPERTA BRASIL!

  12. Seria interessante comparar a compra da refinaria de Pasadena com a compra das duas refinarias na Bolívia feitas em 1999 (era FHC). Segundo notícia do Diário do Grande ABC da época (http://www.dgabc.com.br/Noticia/168689/petrobras-compra-refinarias-petroliferas-da-bolivia), a Petrobrás pagou US$102 milhões pelas refinarias que, juntas, processam 33 mil bpd (33% da capacidade de Pasadena que é de 100 mil bpd) e ainda teve que construir o bilionário gasoduto Brasil-Bolívia.

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