Pazuello, o “coisa que não cai”

O General Eduardo Pazuello, comandante da Waterloo da Covid, depois daquela “transposição” do Nordeste brasileiro para o Hemisfério Norte, ao dizer, em junho, que por lá havia terminado o inverno saiu-se com uma nova pérola para explicar sua declaração de que, depois das eleições, não fazia sentido falar em “afastamento social” como forma de prevenir a disseminação do novo coronavírus.

“É claro que há um pequeno aumento por isso. Desculpe, vou usar outro termo: é claro que há uma mudança de fluxo, de linha da nossa senoide. Coisas acontecem que sobem, coisas acontecem que caem. Isso é observação e conhecimento”.

Bem, ficamos sabendo que Pazuello conserva na memória as aulas de trigonometria, mas não as de lógica: “coisas acontecem que sobem, coisas acontecem que caem” são exatamente a razão pela qual promover ou evitar aglomeração de pessoas e seu trânsito como vetores do vírus.

É aí que Pazuello perde o diapasão: estamos a pelo menos 90 dias do inicio da vacinação e, se retomarmos a casa dos mil mortos por dia, por exemplo, isso serão 100 mil mortos a nos assombrar até que a vacinação possa ter um volume capaz de reduzir a incidência da Covid.

Por isso, o general deveria estar recomendando ao país as “coisas que caem”, não as “coisas que sobem”.

E as coisas que sobem, com o relaxamento dos cuidados, têm sido o número de casos e o de mortes. E a também as coisas que não caem, como o próprio Pazuello do Ministério da saúde.

 

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