Variam os nomes – “PEC do fim do mundo” ou “PEC Kamikaze” – e o valor do rombo fiscal – de R$ 54 bilhões até R$ 100 bilhões, mais que o obtido contabilmente com o adiamento dos precatórios.
Só não variam os objetivos – melhorar a popularidade de Bolsonaro e de sua base parlamentar e baixar em alguns poucos centavos os preços do diesel, da gasolina, do etanol e da eletricidade.
R$ 0, 33 e R$ 0,69, respectivamente, nos dois primeiros.
Paulo Guedes, que sabe que não há de onde tirar dinheiro tinha resistido e, afinal, cedido a um projeto que desoneraria apenas o óleo diesel, com perdas estimadas em R$ 18 bilhões.
Foi atropelado pela Casa Civil de Ciro Nogueira, que pegou um deputado, Christino Áureo, de pouca expressão, para assinar a certidão de nascimento da proposta, que permite zerar os impostos sem apresentar compensação pela perda de receita.
Um rombo, portanto, estimado entre R$ 54 bilhões e R$ 75 bilhões.
Como para fazer “bondades” sempre há mais gente querendo se apresentar, já surgiu no Senado a ideia de fazer mais e abrir logo a cratera para R$ 100 bilhões, colocando a energia elétrica no pacote.
Num ano de eleição, que deputado ou senador não vai querer dar um voto para baixar o preço do combustível, nem que sejam alguns centavos?
Só que isso possivelmente em nada baixará os preços com o petróleo em alta contínua no mercado internacional – quase 40% de meados de dezembro para cá – e ainda joga combustível, com mais desequilíbrio fiscal, em inflação e juros.
Mas Bolsonaro não está nem aí e pretende ver o circo pegar fogo, fazendo qualquer negócio para recuperar sua imagem.
O Centrão agradece penhorado a chave do cofre e vai partir para o “quem quer dinheiro”.
Eles próprios, sobretudo.