Pesquisas: muita bobagem por nada

Só o (agora mais disfarçado) recalque da imprensa contra Lula explica como alguns comentaristas e editores alardeiam uma “queda” do ex-presidente e uma “recuperação” de Bolsonaro nas pesquisas.

Na Folha, um analista de pesquisas chega a dizer que “não descartaria uma avalanche de conversão pró Bolsonaro no Nordeste“, com base em pequenas oscilações que, para vergonha do jornalismo, depois de “mais de metro” de especulações sobre esta “conversão” entre os mais pobres, escreve ao final, um erramos: “As oscilações de Lula e Bolsonaro entre os mais pobres ocorreram dentro da margem de erro da pesquisa, não fora”.

Mal vai para o ar este longo “o homem vem aí” bolsonarista, vem outra pesquisa, a XP/Ipespe e joga abaixo a “reengenharia” da análise.

Lula cresce um ponto; Bolsonaro cai dois e a soma dos demais permanece a mesma.

Variações obviamente dentro da margem de erro que significam absolutamente…nada.

Mas há na pesquisa, sem nenhuma dúvida, um dado importante, capaz de acentuar a tendência que os números revelam agora: é a expectativa de aumentos de preço, a inflação que influi muito na decisão de voto.

E, como você vê aí do lado, nada menos que 79% dos entrevistados acham que os preços vão aumentar ou vão aumentar muito, contra 63% que pensavam assim há dois meses.

Os otimistas, que acham que os preços vão se manter, diminuir ou até diminuir muito, que eram 34% em fevereiro, agora são a metade: apenas 17%.

Isto sim é uma mudança nas expectativas e no humor da população que pode interferir nas suas decisões sobre o voto.

E de forma muito amarga para Bolsonaro, muito diferente daqueles que tiram, não se sabe de onde a ideia que as “bondades” de Bolsonaro com o dinheiro público vão criar uma “avalanche de conversão” bolsonarista. Coisa de quem não vai ao mercado ou à feira e só compra pelo delivery.

 

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