PIB em baixa, inflação em alta

Ontem, registrou-se aqui o fato de que, na definição da taxa de juros, o Banco Central tinha deixado de lado as evidências de que a economia, mesmo antes da alta anunciada (e das já previstas para o final de abril e meados de maio, se não durar mais) já estava em retração.

E ficou provado que estas evidências já estavam mais que formalizadas para os integrantes do Copom, porque poucas horas depois o mesmo BC anunciou que a economia, em janeiro, havia sofrido um recuo de 0,99% e reduzido a zero sua expansão frente a janeiro do ano passado.

O IBC-Br, que tem medições próximas às usadas para definir a variação do PIB mostra o desânimo antes da nova elevação dos juros. Alguns dias atrás, embora houvesse algum otimismo para o futuro com a redução dos efeitos da pandemia, as expectativas empresariais em relação à situação corrente continuavam piorando, segundo as sondagens da Fundação Getúlio Vargas.

Além de todos o impacto dos aumentos dos combustíveis, dos alimentos (especialmente os vinculados ao comércio internacional, como soja, milho e trigo), vamos ter ainda na cota de abril o fim dos descontos que vinham sendo praticados sobre o preço do aço, com reflexos diretos na construção civil, na linha branca de eletrodomésticos e na produção de automóveis.

Ninguém se espante, pois, se chegarmos perto do meio do ano com juros a 14% na Taxa Selic, embicados numa recessão.

 

 

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