Claro, o que chama a atenção é a grosseria do “vá para a puta que o pariu” ou do “enfiar no rabo” da imprensa as latas de leite condensado que viraram furor nacional.
Mas houve algo grave, que pode representar – e Ernesto Araújo estava ao seu lado – uma nova onda de ataques à China, justo no momento em que o país precisa manter azeitados seus canais diplomáticos com aquele país para garantir o suprimento de matéria-prima para a produção de vacinas contra o novo coronavírus.
Em boca-livre de apoiadores numa churrascaria, Bolsonaro voltou a insinuar que a pandemia “pode ser fabricada”, repetindo o bordão dos seus seguidores – entre eles, Araújo – de que a doença teria sido criada propositalmente pelos chineses.
Não se sabe o que o levou a isso, talvez a possível manobra do vice Hamílton Mourão, antecipando uma possível demissão do chanceler brasileiro, no qual a China não pode nem ouvir falar.
Óbvio que não haverá retaliação imediata dos chineses, mas vai ficar bem anotado nos ideogramas de sua língua que o ex-capitão é incorrigível e inconfiável.
Bolsonaro soltou as patas para defender uma suposta “honestidade” de seu governo, algo a que ele se agarra em meio ao mar de fracassos que acumula.
É o que lhe resta, embora esteja formando um séquito de deputados de boca aberta para o dinheiro curto do orçamento, liberando emendas às centenas para ganhar a eleição de presidente da Câmara.
É Leite Moça que não acaba mais.