Essa a Dona Regina, empregada doméstica que é a musa aérea deste Tijolaço, ia aplaudir de pé.
Um página de zoação criada no Facebook tira uma onda impiedosamente sadia em cima da professora Rosa Marina Meyer, que debochou de um homem que estava de bermuda e camiseta no Aeroporto da Caldeira Fervente, digo, do Rio de Janeiro, dizendo que os aeroportos estava virando “rodoviária”.
Ao que parece, o homem era o advogado Marcelo Santos, mineiro, que disse estar chegando de um cruzeiro internacional e “fazendo hora” no Rio de Janeiro para embarcar para Minas.
Boa tarde. Gostaria de agradecer as mensagens calorosas dos amigos, neste momento. Na oportunidade, informo que estava chegando de viagem de um cruzeiro internacional e tinha conhecimento do calor que estava no Rio de Janeiro, ocasião em que estava com trajes casuais. Ademais, por estar de férias, no Rio de Janeiro, não tinha porque estar usando terno e gravata apenas para usar um meio de transporte.
Em poucas horas a página passou de seis mil curtidas, com todo mundo, como se diz no Rio “encarnando” na professora que pediu umas desculpinhas “meia-boca”.
O Marcelo é um boa-praça, e muita gente boa comentou sobre isso, entre eles Marina Mask, cujo texto reproduzo aqui:
Ainda me impressiono com o poder dessa rede social!
Hoje a tarde, enquanto eu gastava meu tempo no trânsito, me deparei com um post fresquinho da Dilma Bolada, que eu adoro. Ela estava “boladíssima”, então me chamou a atenção. E realmente, ela tinha todo motivo para tal… Uma senhora cheia de preconceito e deboche havia publicado uma foto, ou melhor, havia exposto completamente, uma pessoa na página do facebook dela, com um questionamento irônico e totalmente desnecessário. Tipo, gente, pra falar merda, melhor calar a boca né! Fato consumado. O “mundo” caiu de pau em cima dela, com toda razão. A cada segundo que eu passava o dedo pra ver os comentários, entravam “10 novos comentários”. Todos indignados com tal atitude. Entre repúdios, xingamentos a tal senhora, análises mais críticas, desejos de vingança e processo, denuncias, mtos tentando – inclusive – entender o que havia de errado com os trajes do rapaz, que era completamente norma (somente sem glamour, como ela deseja ver), geral “puto”, ai um ser identificou o perfil da tal e postou, pra geral ter a chance de expressar diretamente aquela “revolta”. E muuitos o fizeram. Desse jeito (msginha inbox) um monte de gente quer protestar! Bom, que seja pelo menos assim né. Enquanto eu passava os olhos pelos coments, eu vibrava, imaginando o quanto essa senhora ia se arrepender de ter nascido por essa atitude tão estúpida! Descobriram que a tal era professora. De Direito. Da PUC. Doutora em Direito Civil (Jesus, salva!). Ai uma aluninha viu e marcou a “prof”. Vibrei. Finalmente, alguém botou literalmente a senhora na roda. Eu daria tudo pra ver a cara dela diante de mais de 5 mil mensagens de repúdio a sua “inocente publicação”. Bem, não pude passar mais do que meus 4 minutos ali dedicados aquele post e sua repercussão. Mas fiquei pensando sobre isso tudo.
Tomara que essa senhora (to me segurando pra não xingá-la tb e acabar expondo meu preconceito contra gente do tipo dela) seja processada sim. Torci a cada minuto pra que o post chegasse ao rapaz da foto, que agora tem mais do que motivos para processá-la, mto além do uso da imagem dele e quem sabe ganhar um dinheiro legal e poder esbanjar “glamour” em vôos por ai (se assim ele quiser). Torci pra que todo mundo caísse na alma da Doutora, a ponto dela se arrepender de ter facebook ou de ser tão idiota. Tomara que todas as milhares de pessoas que repudiaram a atitude da tal Rosa Marina realmente tenham esses princípios dentro deles, de respeito ao próximo acima de tudo, independente da roupa que usa, do jeito que come, da classe social, etc. Tomara que não só essa tal professora, mas todos os tais professores que deram corda pra chacota do “aeroporto ou rodoviaria?” ganhem uma boa lição de moral (no mínimo).
Mas tomara mesmo é que todos NÓS tenhamos mais atenção nas nossas atitudes e falas, quando por exemplo, “sem querer”, dizemos que a praia ta uma “favelada só”, ficamos do nível dessa senhora ai!
Voltei a ver o post e já eram mais de 18 mil curtidas! A tal senhora Rosa Marina postou um pedido de desculpas pelo “mal entendido” (dizendo que não foi a intenção) que até O Globo publicou… Ahh, ‘come on’! Nunca vi um pedido de desculpa tão fajuto na vida. Deu pra ver a pobreza de espírito q essa Doutora tem. Pena!
Enfim, fiquei puta qd vi, me incomodou mto qd li tanto comentário (ótimos, alguns exagerados, alguns contraditórios), ai me deu vontade de compartilhar essa “parada”! Bora prestar mais atenção nas nossas atitudes né. E cuidado com o face! Uóó!
#valeuDilmaBolada #valeuFace #tomaaaProfessoraDoutoraSemNoção
É isso aí.
Internet não é, como diz o Mainardi, “um bando de idiotas”.
Desde que os que não são idiotas resolvam enfrentar as idiotices.
11 respostas
Caramba, o texto da Marina tira o fôlego. Obrigado, curti demais, e nem tenho esse tal facebook. Mas a redé é isso, tem o mal, mas tem o útil, o que serve, o que constrói, como tudo. De tudo, fica o conselho no pé do texto: vamos ter cuidado com nossos pensamentos, com nossos julgamentos, porque tem um preconceito que teima em vir à tona, quando, na verdade, e pensando bem sobre essa revolução social que o país tem passado, é legal ver todas as pessoas podendo ter acesso às coisas que num passado meio próximo eram reservadas só pra elite. Aeroporto virou rodoviária, é isso mesmo. Por que a pessoa de classe social/econômica tem de viajar de buzão, horas a fio, se pode pegar um vôo logo ali e chegar rapidinho pelo mesmo preço? O pessoal do pedestal não sacou que esse movimento é irreversível. Aliás, até sala VIP de aeroporto anda lotada de gente comendo salgadinhos até pelos ouvidos. Então, se a professora e o reitor quiserem exclusividade, huum, temo que não será pelas terras brasis.
Com certeza, essa Senhora, ao viajar pela Europa, não vai dizer que é ‘falta de glamour’ aquele bando de europeus que viajam de avião usando short, camiseta e chinelo. ‘Êita’ complexo de vira-latas!
Não há o que dizer do preconceito que entrava o Brasil. Nós, afortunados da loteria genética, presenciamos isto no dia a dia, mas ficar fazendo loas ao chinelo e a camiseta me parece uma descabida apologia ao mau gosto e ao desrespeito para com o próximo. Há regras mínimas, sim, de convívio. Seja lá em que meio de transporte for. Quer dizer que o bonito é andar avacalhado? Isto é que a revolução social que precisamos? Acho que você está exagerando neste tema…data venia, é minha opinião.
A dotora precisa pegar um voo Buenos Aires/Sidney e vice-versa no verão ou dar um rolezinho, enquanto espera o embarque, no aeroporto Charles De Gaulle, também no verão. para observar que a maioria das pessoas estão cagando para esse tal de glamour,a maioria quer conforto. Agora se ela quer viajar com seus veludos e paetês em pleno verão…Coitada! Como professora de Direito Civel, as suas palavras são horríveis, mas para colonista dos jornalões ela se sairá bem melhor a la Danuza Leão.
O culpado pelo preconceito social no Brasil é o Lula: foi no governo dele que começou a ascensão social do andar de baixo. Lula criou uma situação que o andar de cima não suportou. Imagina um “cheiroso” viajar de avião ao lado de um ex-marginalizado de havaianas? Depois veio a Dilma e a coisa só “piorou” com “Minha Casa, Minha Vida”, “Mais Médicos”, etc para atender o andar de baixo jogado à própria sorte. Se tudo permanecesse como foi na era FHC, onde a “Casa Grande” ordenava e a “Senzala” obedecia, não teria havido toda essa onda de preconceito social. Mas a coisa pegou fogo durante a campanha da re-eleição do Lula quando os marqueteiros do Serra incutiram duas teses: o “preconceito social” e a “moralidade seletiva”, teses que permanecem até hoje mas que devem ser eliminadas com urgência do nosso convívio!
Preconceito enrustido Henrique?????? Releia o que escreveu. Você está se sentindo vítima por ser do Sul do Brasil e nasceu na “Casa Grande”? Deprimente seu comentário.
“não teria havido toda essa onda de preconceito social.”
Exato.
Naqueles tempos de FHC e tempos anteriores, nem preconceito havia porque os pobres não se aproximavam. E por quê? Eles conheciam o “seu lugar”.
Viajo td ano e pago em 10 x e vou eu. e meu marido ,ele é da raçaa negra e eu sou branca,uma mistura que gerou dois lindos filhos mestiços como tds tem esta mistura no brasil e fala que é branco puro,sou da classe média baixa,não estouno vermelho,mais pago minhas contas em dia.Conheço gente igual esta professora ou mais esnobe que devem pra muitos banco e vivem de glamour.Glamuor écada um cuidar da sua propria vida e respeitar a dos outros.
Neste começo de ano, enquanto aguardava uma conexão, chamei a atenção de minha esposa para a quantidade de pessoas, visivelmente humildes, que aguardavam seus embarques. Disse a ela que isso estava incomodando muita gente, que se imaginam acima das outras. Não deu outra!
(PUC)TAS
Se lascou, véia…
Quem posta o que quer, lê o que não quer…