Política é um processo social, não vontade pessoal

Leonel Brizola dizia que eleição não é corrida de cavalos, onde, no bom dialeto gauchês, se põe ou se tira “o petiço (cavalo) na penca (corrida de cancha reta)”.

A manchete de O Globo mostra que, se não há uma realidade (no que acredito), há ao menos uma forte articulação para que o campo popular tenha uma candidatura viável à Prefeitura do Rio de Janeiro.

Ou melhor, há um processo social que empurra o sr. Marcelo Freixo a deixar de lado uma postura reticente diante da falta de unidade formal e mesmo pressões internas no PSOL – onde há muita gente tentada a “marcar posição” apenas – e assumir o seu dever de assumir este papel.

Porque, do contrário, será o inverso do que levou a centro-esquerda ao governo em 2002: o medo vencendo a esperança.

Não há valor algum em entrar numa disputa em que se tem a certeza, ou quase isso, da vitória.

Disputar uma eleição em “condições ideais” é tão ruim quanto fazê-lo na impossibilidade de vencer com honra, porque, em ambas as situações, trata-se de uma questão de conveniência individual ou de grupo, e não de corresponder às necessidades do processo social.

E está claro que se trata de não deixar que o Rio de Janeiro – não só a cidade, mas o Estado – caia sob o controle de uma ralé política, associada à milícia e ao fanatismo.

Quem fugir desta luta é , sem meias palavras, um desertor.

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