Problemas com Coronavac anunciam vacinação lenta em abril

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e responsável por mais de 80% das vacinas aplicadas nos brasileiros, deu entrevista ontem à noite para negar que haja uma crise na fabricação de imunizantes, como veio à tona ontem à noite, apenas um atraso na liberação da matéria prima necessária para a produção de imunizantes, o que seria sanado na próxima semana. A ver.

Mas, com a credibilidade que Covas merece por sua atuação até agora, com as informações que deu, deixou claro que, no mínimo, teremos uma forte redução no acréscimo de novos vacinados.

A razão é simples, aritmética: aplicaram-se 27,5 milhões de doses no país, de um total de 43,3 milhões distribuídas, segundo o Ministério da Saúde. Haveria, portanto, perto de 18 milhões de vacinas estocadas. Como foram 21,4 milhões de “primeiras doses” e 6 milhões de “segundas doses”, há – num cálculo não muito refinado, porque uma parte é Astrazêneca, que só agora começará a ter a segunda dose sendo aplicada – um comprometimento de 15, 4 milhões destas doses com a aplicação do reforço e, portanto, liberadas para novas vacinações estão disponíveis, hoje, pouco mais de 2,5 milhões de doses.

Isto é o que temos para o momento e, assim, a continuidade da vacinação dependerá do estoque de doses em liberação no Butantan (3 milhões) e o prometido pela Fiocruz (18 milhões).

Não há, portanto, fornecimento capaz de nos prover com a prometida (e insuficiente) meta de 1 milhão de vacinas aplicadas por dia.

China e Índia, afinal, puseram em marcha programas de vacinação que, dependendo do dia, consomem entre 6 e 10 milhões de doses. Há pouca ou nenhuma possibilidade de aumentarem as exportações, ou mesmo manter o nível atual,

Mas o Brasil desgovernado faz o que, neste momento? Vai enfiando, na base do “sempre cabe mais um”, novas e grandes categorias no grupo de “prioritários”.

A verdade é que chegaremos ao final de abril com 20% (ou alguma migalha a mais) da população vacinada com ao menos uma dose, o que representa muito pouco em matéria de redução da transmissibilidade do vírus que, naqueles dias, já terá provocado a morte de mais de 400 mil brasileiros.

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