Primeiro bom sinal: inimigos da indústria aeronáutica levam um tranco

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Dilma Rousseff viajou, mas deixou um recado claro, que foi transmitido aos parlamentares que pretendiam remover o limite de 60 assentos aos subsídios dados à aviação regional para até 50% da capacidade dos aviões empregados em linhas de baixo rendimento, sem limite numérico.

A nossa imprensa, dona de um misto de burrice e má-fé, coloca este limite como uma “exigência” da Azul, que opera os jatos da Embraer EMB 190 e 195, de fabricação nacional e capacidade para, respectivamente 114 e 126 passageiros.

Aviões, aliás, que tiram o sono da Bombardier, a maior concorrente da Brasileira, e que são um sucesso internacional, comprado por gigantes da aviação como a Lufthansa.

A empresa, tanto quanto qualquer outra, teria ganhos maiores apenas substituindo sua frota pelos Airbus e Boeing usados pela TAM e pela Gol, que levam mais passageiros e para as quais a derrubada do “teto” de 60 passageiros seria, literalmente, um maná dos céus.

TAM e Gol, aliás, não sofrem prejuízo algum, porque têm diversas aeronaves estrangeiras com pouco mais de 120 lugares, perfeitamente adequadas ao limite do subsídio.

A grande prejudicada, de fato, seria a indústria aeronáutica brasileira, não apenas a Embraer quanto a cadeia de produção e tecnologia que a ela se liga e que, a duras penas, vem sendo parcialmente – apenas parcialmente – mantida no Brasil, porque é uma tendência mundial a internacionalização de peças e componentes de aviões.

Parece incrível, mas o relator tucano da chamada MP da Aviação precisou ouvir do Governo que, eliminado o limite que, na prática, significa um bem para a aviação regional  – só a imoral esperteza justificaria colocar aviões maiores para voarem com 10 ou 20% dos assuntos ocupados e receber subsídios –  ou haveria um limite ou não haveria subsídio.

Incrível e também irônico para um partido cujo candidato fez um aeroporto que procurou justificar como “importante para o desenvolvimento” de uma cidade de apenas 27 mil habitantes, casualmente aquela em que mantém sua fazenda de lazer.

Quem sabe o deputado tucano tenha a intenção em colocar um vôo regular para Cláudio, talvez num Jumbo, com cinco ou seis passageiros da família Neves e um Maracanã de assentos vazios, subsidiados pelo poder público.

Afinal, para quem gastou R$ 14 milhões de  reais mum aeroporto “público” que é privado até nas chaves do portão, nada escandaliza, não é?

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16 respostas

  1. Amigão, o título esta escrito errado …[Pr”O”meiro bom sinal]… Creio que seria [Pr”I”meiro]… e no ultimo parágrafo … [reais “m”um aeroporto].

    Por favor não me leve a mal… só estou avisando por que o artigo ainda esta “quentinho”… sou teu fã de carteirinha…

    Forte abraço…

        1. Ainda escapou um “assuntos” no lugar de “assentos”. Obrigado pela notícia. O que seria de nós sem estes blogs sujos?

          1. A mídia podre vendida e de vendilhões jamais vai informar o que é de interesse público e do povo.

  2. O xuxu leva a proposta para acabar o racionamento para a presidenta em uma folha e meia de A4, quando perguntado sobre um projeto para resolver o problema em definitivo ele diz “boa ideia presidenta”, esta pedindo demais de tucano né.

  3. O negócio da imprensa é ser do contra. Precisamos crescer, dar estímulos à indústria nacional e maior eficiência ao gasto público. Na hora de defender o Aécio o discurso pode ser esse, mas no caso da Dilma não importa: vamos dizer pra subsidiar empresas privadas ineficientes, o importante é falar contra…

    A propósito, tive a oportunidade de voar num Embraer da Copa e é ótimo, bem mais confortável que os Boeing ou Airbus com 6 cadeiras por fila.

  4. por falar em aécio, avião e maracanã, vale lembrar que kalil, presidente do atlético mineiro, em entrevista ao vivo programa futebol hoje, quase chegou a falar do que não dizem: da falcatrua do playboy candidato de promover reforma no mineirão e dar de bandeja para iniciativa privada. disse o dirigente, não ecoado no programa, que não leva jogo do galo para mineirão para não “encher os empreiteiros de grana para comprar iate e avião”. e por contrato, gov.de MG tem que complementar renda se jogos não atingem certa meta. pode? esperamos que gov.PT em MG abra a caixa preta do que foram os 12 anos tucanos por aqui.

  5. Para que subsídio? Avião não devia ter subsídio NENHUM! quem precisa de subsídio – e NÃO TEM – é o transporte público, obrigado a pagar uma pilha de impostos federais.

    1. Afirmação interessante, como sou ignorante e desconheço, peço ao senhor que elenque quais são os impostos e suas alíquotas que incidem no transporte público?

    2. Gente, tadinho do Alex.
      Cada vez que abre a boca leva uma saraivada de patadas das bravas.
      O fracassado vai acabar sem dentes…

  6. Obrigado.
    Mas quantas pessoas que votam em Dilma sabem disto?
    Ou saberão?
    São esta pequenas atitudes que devem martelar todo o dia,
    para fazer uma construção.
    É assim que age a Globo para desconstruir a DILMA, doses
    homeopaticas.

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