Putin: ataque para se Ucrania for neutra e ‘não instalar armas’

Num comunicado desafiador, o governo russo colocou suas condições para parar sua ofensiva na Ucrânia, através do o secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov. Ele disse ao canal de mídia oficioso da Russia Today que Vladimir Putin estaria disposto a conversar com o com presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, desde que houvesse a garantia de que o país vizinho mantenha um status “neutro” e se comprometa a instalar armas ofensivas em seu território.

Não há, é claro, nenhuma possibilidade de que os EUA e a Otan estimulem Zelenskiy a aceitar estas condições, embora a criação de uma zona neutra entre a Otan e a Rússia seja razoável.

O anúncio das sanções a serem aplicadas à Rússia foi fraco, sobretudo porque Joe Biden não conseguiu explicar porque elas não incluíram a supressão da participação russa no Sistema Swift (sigla em inglês para Sociedade Mundial de Telecomunicações Financeira Interbancária), o que reduz muito a capacidade de bloqueio de operações financeiras da Rússia porque alguns aliados europeus e a Índia e Turquia não concordam.

E, portanto, a situação vai se agravar, porque a noite de hoje servirá para que os russos concentrem forças nas “cabeças de ponte” que conquistou hoje, aproveitando-se do fato de que grande parte da capacidade de vigilância, por radares, e de operações aéreas da Ucrânia foi severamente avariada.

Já é noite por lá e os combates seguem muito fortes na costa sudeste do país, onde está parte expressiva dos separatistas de origem russa, enquanto mantem a pressão sobre Kiev (especialmente o aeroporto de Hostomel, nas suas redondezas) e impede, assim a chegada de tropas de reserva às áreas sob ataque direto, reservas que não faltam aos russos, que provavelmente estão enviando mais tropas com a proteção da escuridão.

Cada minuto que passa servirá, como serviu até agora, para Vladimir Putin avançar e, quando a inevitável negociação começar, esteja em posição de mais força.

 

 

 

 

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