No final do ano passado, quando lançou-se candidato, os “estrategistas” de Sergio Moro anunciavam a meta de alcançar 15% das intenções de voto em fevereiro. contando que o declínio de Jair Bolsonaro o colocasse abaixo dos 25% e, assim, o eleitorado do atual presidente começasse a migrar para o ex-juiz e fizesse dele o adversário de Lula no segundo turno, cenário perfeito para a ressurreição do lavajatismo.
Vamos para o final de março e já ninguém duvida que a pesquisa Datafolha, que será publicada quinta-feira, vá dar a Moro a metade disso, se tanto.
Nos quatro meses de campanha, o “ex-herói” só colecionou revezes e não preencheu sequer uma página do álbum de figurinhas de apoios nos estados. E os revezes, aliás, foram todos de sua própria ação, destacadamente a insânia de fazer do tal “Mamãe Falei” o seu candidato em São Paulo e os negócios milionários de sua alegada contrataão por uma multinacional que faz a administração de empresas vitimadas pela Lava Jato, a OAS e a Odebrecht.
Ao contrário de Ciro, que conta minimamente com uma base partidária, Moro depende de adesões para tocar sua pretensiosa campanha. E o Datafolha é, provavelmente, a última bússola lançada aos candidatos – com ou sem mandato – para se alinharem partidariamente aos ventos da eleição presidencial.
Moro diz que não desiste da candidatura, claro, mas não pode impedir que os poucos eleitores que o apoiam abandonem o candidato.
E é possível que a pesquisa registre que isso já começa a acontecer.